“Para nós, 2019 é o fechar de um ciclo. Há 4 anos foi a cisão da HP e estes foram anos extraordinários”, afirma José Correia, diretor geral da HP, num encontro com a imprensa, explicando que nos últimos anos a empresa cresceu a dois dígitos altos, e embora no último o crescimento tenha sido menor, a média aponta para 10% de crescimento nos últimos três anos. O crescimento em Portugal foi significativo, embora não revele números, indicando porém que está acima do crescimento da empresa que a nível mundial cresceu 2% este ano.
Ao SAPO TEK o diretor geral da HP explica que os último três anos foram particularmente importantes “de alguma maneira deram-nos razão ao motivo da decisão estratégica tomada em 2015”, justifica, adiantando que “na altura o racional tinha a ver com processo de inovação acelerado, desenvolvimento de novas áreas de crescimento onde tínhamos de aumentar o investimento e tudo isso conseguimos concretizar nestes três anos, tendo nós, ao dia de hoje, como factos de sucesso, o crescimento acentuado que tivemos na empresa, fruto do mercado que esteve a crescer nestes 3 anos, mas também por ganho de quota de mercado em áreas onde não estávamos”, afirma.
José Correia detalha que há quatro anos a HP não tinha uma posição relevante no mercado de PCs de consumo e que em 2018 atingiu a liderança nesse mercado, e que nos PCs de gaming, onde a empresa não tinha uma marca reconhecida, é líder neste momento.
A área de computação é a principal dinamizadora do crescimento da HP. “O mercado da computação profissional nos últimos 3 anos em Portugal foi um mercado com uma aceleração bastante interessante, houve muita renovação”, fruto da chegada do Windows 10 e do fim do suporte ao Windows 7, mas também para recuperar alguns anos onde o investimento das empresas esteva congelado e era necessário fazer uma renovação tecnológica. “Nós soubemos tirar partido disso”, afirma José Correia, explicando que a HP teve sempre uma quota de mercado acima dos 40%. “Em cada 10 computadores profissionais que são vendidos, no mínimo 4 são sempre da HP”, afirma.
A criação de postos de trabalho, e a maior digitalização das empresas, também ajudou a este crescimento. ”A nossa tecnologia é pessoal, havendo mais pessoas a trabalhar significa também que há mais necessidade de tecnologia”, afirma, lembrando que nunca tivemos nos últimos anos uma taxa de desemprego tão baixa.
Mas, para além da dinâmica inerente à economia e aos fatores de mercado, José Correia sublinha também o posicionamento inovador da empresa. “Há uma dinâmica que nos compete a nós trabalhar com os nossos clientes”, afirma. “Não gerimos a agenda tecnológica dos nossos clientes mas influenciamos. Quando trabalhamos em áreas tecnológicas como a segurança, por exemplo, há computadores há 4 ou 5 anos que precisam de um refresh face às ameaças que existem”, refere o diretor geral da HP.
A segurança é um tema cada vez mais importante na agenda da HP e nas empresas, garante José Correia. “É um tema que preocupa os nossos clientes que começam a incorporar especificações nos seus concursos de aquisição, não só no privado mas também no sector público”, acrescenta.
O negócio de impressão acaba por ser mais estável, mas mesmo assim a HP está a crescer a cima do mercado, com uma subida de 3% num mercado que cresce apenas 1%. Os serviços de impressão instante Ink estão também a revelar-se uma boa aposta, registando 56% de novos subscritores e uma taxa de adoção acima dos 13% na compra de novos equipamentos, mas José Correia sublinha ainda que do parque instalado, 6 em cada 10 impressoras são HP.
E no próximo ano? Num mercado maduro as expectativas não são brilhantes, e a IDC aponta para um “ano flat”, embora no consumo possa haver algum decréscimo, resultado de uma recuperação face ao crescimento dos últimos 3 anos, mas José Correia diz também que tudo depende da economia. “Há boas perspetivas com a recuperação do rendimento disponível das famílias”, afirma, lembrando que a grande incerteza está na economia internacional com o possível impacto do Brexit, das mudanças na economia da Alemanha e do que se vai passar em Espanha.
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