Sam Bankman-Fried, co-fundador da plataforma de criptomoedas FTX, já conheceu a pena de prisão a que vai ser condenado, na sequência do esquema de fraude a branqueamento de capitais para onde conduziu a empresa, lesando milhares de clientes. O julgamento decorreu no final do ano passado.
O empreendedor de 32 anos vai passar os próximos 25 anos na cadeia, se o recurso que a defesa já disse que vai interpor não alterar a decisão. Quando leu a sentença, que poderia chegar aos 110 anos de prisão se a justiça aplicasse a pena máxima prevista pelos crimes, o juiz sublinhou a postura do réu durante o julgamento, que pediu desculpa mas nunca admitiu nem mostrou arrependimento pelos crimes.
Bankman-Fried nunca reconheceu a intenção de lesar os clientes da FTX, manteve a tese de que a estrutura de empresas paralela ao Exchange, para onde foi desviado parte do dinheiro dos clientes, seria usada para pagar de volta os fundos confiados à empresa. Também garantiu que só teve conhecimento de algumas das práticas que o vão colocar atrás das grades nas próximas décadas, semanas antes do escândalo rebentar.
A defesa sustentou durante o julgamento que não houve má-fé nas decisões de Bankman-Fried e sublinhou que boa parte dos fundos perdidos pelos clientes foram ou ainda são recuperados. Pedia uma pena entre os 5 e os 6,5 anos de prisão, tendo em conta os antecedentes, o perfil não violento e a capacidade do arguido para ajudar as vítimas do esquema da FTX a recuperarem o que perderam, se estivesse em liberdade e a trabalhar.
A acusação apresentou provas de que o empreendedor comprou propriedades, fez donativos para campanhas e investimentos com os 8 mil milhões de dólares que faltavam na FTX quando se deu a falência e acabou por deitar por terra os melhores argumentos de Bankman-Fried.
Recorde-se que o empresário chegou a ter um estatuto de quase estrela antes da queda da FTX. A plataforma tornou-se uma das mais populares do mundo e a sua queda foi precipitada pela desistência do negócio com a Binance, às vésperas de uma aquisição para melhorar a liquidez.
A concorrente quando anunciou que o negócio já não avançaria também revelou que as contas da FTX não eram o que esperava, precipitando um resgate em massa de fundos, que foi o princípio do fim da FTX. Em 72 horas os clientes da FTX terão tentado resgatar 6 mil milhões de dólares.
O co-fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, foi detido nas Bahamas no final de 2022, a pedido das autoridades norte-americanas que alegaram suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro para sustentar o pedido. SBF tinha residência nas Bahamas, onde era também a sede da FTX, em falência há mais de um mês quando Bankman-Fried foi detido. O empreendedor na altura já não dirigia a empresa, cargo mais tarde revelou ter sido forçado a deixar quando a companhia apresentou o pedido de falência.
Sam Bankman-Fried chegou a tribunal acusado de oito crimes. Além de fraude e lavagem de dinheiro, enfrentou acusações de violação da lei federal de financiamento de campanhas eleitorais e apropriação ilegal de milhares de milhões de dólares para comprar propriedades nas Bahamas, onde se encontrava a sede da FTX, para investir em criptomoedas e outras empresas da área.
Recorde-se que a FTX chegou a ser avaliada em 32 mil milhões de dólares. Em Portugal também deixou lesados.
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