A liderança política nos Estados Unidos mudou, mas a postura em relação à China vai manter-se na mesma linha, pelo menos em alguns temas. O presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva para impedir investimento americano em soluções de vigilância chinesas.
A ordem presidencial para restringir investimento americano em empresas chinesas com alegadas ligações ao Partido Comunista Chinês foi emitida originalmente por Trump, que colocou na lista várias tecnológicas, incluindo a Xiaomi, que recentemente viu o tribunal dar-lhe razão e escapou ao bloqueio.
A nova decisão alarga o âmbito da medida a um leque mais vasto de empresas. Ainda não determina as companhias visadas, esse trabalho será feito agora pelo Departamento do Tesouro. Neste primeiro esboço é apenas definida a tipologia de empresas, numa ação que pretende tornar clara a discordância dos Estados Unidos com a política de cibervigilância da população, que a China tem implementado nos últimos anos.
Biden reviu também a lista geral de empresas bloqueadas ao investimento americano, que aumentou de 48 para 59 companhias. As novas regras entram em vigor a 2 de agosto e estendem-se aos fundos com investimentos em empresas nesta “lista negra”. A ordem determina ainda que as entidades com investimentos “proibidos”, se desvinculem deles no prazo de um ano.
Como nota o The Verge, as soluções de vigilância estão muitas vezes integradas noutras soluções, pelo que o impacto de uma medida deste género pode afetar, indiretamente um elevado número de empresas. No ano passado o regulador norte-americano das comunicações apresentou uma estimativa, que apontava custos de 1,8 mil milhões de dólares se as empresas norte-americanas tivessem de remover estas tecnologias de todas as redes já em operação.
Recorde-se que em março foi também atualizada a política de licenciamento para transações de tecnologia entre empresas americanas e a Huawei, tornando-a ainda mais restritiva.
Huawei e ZTE tinham sido oficialmente consideradas pela FCC potenciais ameaças à segurança interna dos Estados Unidos em julho do ano passado, uma decisão que a Huawei tenta reverter na justiça.
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