Em setembro do ano passado, a NVidia anunciou a compra da ARM, a empresa britânica especialista no design de semicondutores, por um valor de 40 mil milhões de dólares. Na altura, era esperado que o negócio estivesse concluído num período de 18 meses, porém, agora, a gigante tecnológica admite que o processo pode ser mais demorado.
Em declarações ao Financial Times, Jensen Huang, CEO da NVidia, explica que as negociações com entidades reguladoras “estão a demorar mais do que o inicialmente esperado”. “Não é só com um regulador em particular”, admite o responsável, acrescentando que, a empresa continua confiante em relação ao negócio e que espera que os reguladores sejam capazes “de reconhecer os benefícios da aquisição”.
Ao que tudo indica, a NVidia só submeteu um pedido formal junto dos reguladores antitrust chineses em junho, cerca de oito meses depois de anunciar o negócio de compra da ARM e, de acordo com fontes locais, uma investigação à aquisição poderá demorar uns 18 meses adicionais.
No Reino Unido a NVidia tem vindo a enfrentar um extenso escrutínio antitrust, assim como um sério questionamento acerca de questões de segurança nacional. Já nos Estados Unidos a Federal Trade Commission (FTC) abriu uma investigação à aquisição depois da Google, Microsoft e Qualcomm se queixarem de que o negócio limitaria a concorrência.
Até agora a NVidia tinha vindo a insistir que o negócio estaria concluído, no máximo, até março deste ano. Por outro lado, a SoftBank, que detém a ARM desde 2016, deu à empresa um prazo até ao final de 2022 para completar o processo. Apesar das barreiras que a empresa necessita de ultrapassar, Jensen Huang mantém a esperança e afirma que será possível chegar ao fim da “saga” regulatória antes do período estabelecido pela SoftBank.
Recorde-se que para a NVidia, o negócio apresenta-se como um passo importante na sua aposta em Inteligência Artificial. A empresa pretende aliar a sua tecnologia de computação de IA ao ecossistema de CPUs da ARM, reforçando o desenvolvimento de computação na Cloud, smartphones, computadores, veículos autónomos e robótica, assim como IoT.
Para fechar o negócio, a NVidia vai pagar à SoftBank um total de 21,5 mil milhões de dólares em ações, e mais 12 mil milhões de dólares, incluindo 2 mil milhões pagos de entrada na assinatura do acordo. A SoftBank irá manter 10% das ações da ARM e a NVidia tem ainda planos para distribuir 1,5 mil milhões de dólares de capitais próprios aos trabalhadores da empresa de semicondutores como parte do negócio.
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