O projeto já arrancou e é um passo importante para a concretização do Espaço Europeu de Dados em Saúde, implementando um formato comum de Registo Eletrónico de Saúde na União Europeia. Liderado pela UpHill, o i2X junta 38 parceiros de 12 Estados-Membros e representa um investimento de 8 milhões de euros. 

Nos próximos 4 anos vão ser desenvolvidos 35 projetos-piloto em áreas prioritárias como a prescrição eletrónica, dados de análises e exames, sumários do doente, imagens médicas e relatórios de alta. No total, 12 Estados-Membros da UE, incluindo Países Baixos, Bélgica, Chipre, Chéquia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, participam no projeto.

A maioria dos países envolvidos vai desenvolver projetos-piloto, alguns dos quais incluem tecnologias baseadas em Inteligência Artificial. Em Portugal, o projeto será implementado na Unidade Local de Saúde de Coimbra e no Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM).

“O objetivo global do projeto está estreitamente alinhado com a visão da UpHill para um sistema de saúde que garanta a continuidade dos cuidados e a centralidade do doente", explica Eduardo Freire Rodrigues, co-fundador e CEO da UpHill, citado em comunicado. "O i2X compromete-se a melhorar a experiência dos profissionais de saúde e dos pacientes neste processo, através da otimização dos fluxos de trabalho e da integração de novas tecnologias”.

Da saúde aos seguros, passando por agentes de IA, startups portuguesas exploram possibilidades de negócio em Barcelona
Da saúde aos seguros, passando por agentes de IA, startups portuguesas exploram possibilidades de negócio em Barcelona
Ver artigo

A tecnológica portuguesa foi fundada em 2015 por três médicos e tem já presença consolidada no sector hospitalar ibérico, assim como projetos com multinacionais farmacêuticas no mercado europeu. A UpHill  desenvolve software e conteúdos médicos para orquestração e automação de jornadas de cuidados em hospitais e outras instituições de saúde e o seu software é um dispositivo médico certificado pelo Infarmed.

O i2X pretende garantir que os dados de saúde possam ser acedidos e partilhados de forma eficiente além-fronteiras, melhorando a qualidade dos cuidados prestados aos doentes que viajam ou vivem em diferentes países da EU. Em comunicado, a empresa refere ainda que irá permitir melhorar as redes de continuidade de cuidados na EU e diminuir os custos e ineficiência associados à duplicação de atos médicos ou exames, assim como reduzir os riscos decorrentes da falta de informação clínica.

Para isso é preciso garantir que os diferentes sistemas de informação utilizados nas instituições de saúde europeias são capazes de comunicar, ou seja, fazer com que os dados de saúde tenham uma linguagem comum em que são armazenados, trocados e interpretados.

Através do projeto o objetivo é aumentar em 75%, o acesso dos pacientes aos seus dados de saúde e ainda conseguir "melhorar até 80% a disponibilidade de dados de saúde estruturados e de alta qualidade em registos eletrónicos de saúde, tanto a nível nacional como transfronteiriço". Segundo os dados, vão ser envolvidos, pelo menos, 1.200 profissionais de saúde

Ideias que podem mudar vidas. Como estão as startups portuguesas a contribuir para a transformação da saúde?
Ideias que podem mudar vidas. Como estão as startups portuguesas a contribuir para a transformação da saúde?
Ver artigo

O Formato Europeu de Intercâmbio de Registos Electrónicos de Saúde (EEHRxF), conhecido como X-Format, está no centro do projeto. Foi recentemente aprovado e permite a utilização primária dos dados de saúde, para suporte à prestação de cuidados, assim como a utilização secundária, para formulação de políticas, investigação e inovação.

Henrique Martins, coordenador do i2X, destaca que “o projeto i2x irá utilizar a inteligência artificial e outras tecnologias avançadas para implementar a interoperabilidade nos cuidados de saúde na Europa, sem comprometer nunca o tempo dos profissionais de saúde e garantindo valor para os pacientes".

A UpHill adianta ainda que o i2X reforça as políticas de inovação aberta e a implementação dos serviços MyHealth@EU. O projeto baseia-se em iniciativas europeias anteriores e complementares, como Xt-EHR, XpanDH e xShare, e trabalhará de forma sinérgica com o myHealth@myHands, outro projeto que já arrancou.

Entre os 38 parceiros que compõem o consórcio encontram-se gigantes tecnológicas como a Dedalus, o Hospital Charité de Berlim e o Centro Hospitalar Universitário de Bordéus.