Os quatro anos de presidência de Donald Trump foram marcados pela “guerra” aberta à tecnologia chinesa, com a Huawei a ser uma das empresas grandemente visadas. Agora, com Joe Biden aos comandos do país, Ren Zhengfei, CEO da Huawei, apela ao "reatar" das relações comerciais com os Estados Unidos.
Numa recente conferência de imprensa na cidade de Taiyuan, China, o responsável da Huawei afirmou na sua primeira intervenção pública desde Joe Biden se tornou presidente dos Estados Unidos que espera uma maior abertura a nível das políticas da nova Administração.
“A nossa empresa não tem a energia para estar envolvida nesta tempestade política”, sublinhou Ren Zhengfei, citado pela imprensa internacional. “Nós esperamos que o governo norte-americano possa ter políticas mais abertas que beneficiem as empresas do país, assim como o desenvolvimento da sua economia”.
“Se a capacidade de produção da Huawei conseguisse ser expandida, isso significaria mais oportunidades para as fornecedoras norte-americanas. Acredito que possa ser mutuamente benéfico e que a nova Administração terá estes interesses em conta à medida que tomam novas decisões”, explicou o CEO.
“Esperamos que ainda possamos comprar grandes quantidades de materiais, componentes e equipamentos norte-americanos, de modo a que todos possam beneficiar do crescimento da China”, defendeu Ren Zhengfei.
Recorde-se que, recentemente, devido ao impacto das restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, a Huawei viu-se obrigada a vender a Honor em novembro de 2020.
Desde então, circulam rumores de que a fabricante poderia vender as linhas de smartphones P e Mate para garantir a sua sobrevivência. No entanto, Ren Zhengfei afastou os rumores e enfatizou que a Huawei não tomaria uma decisão semelhante em relação ao seu negócio de smartphones.
No que toca à posição do governo de Joe Biden em relação à Huawei, no final de janeiro, a Administração Biden deu a conhecer que se compromete a salvaguardar as redes norte-americanas de empresas que representam uma ameaça à segurança nacional.
“Os equipamentos de telecomunicações fabricados por empresas que não inspiram confiança, incluindo a Huawei, são uma ameaça à segurança dos Estados Unidos e dos nossos aliados”, sublinhou Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.
Porém, parece não existir um total consenso quanto à presença da Huawei na “lista negra” do Departamento do Comércio, da qual faz parte desde maio de 2019. Gina Raimondo, que foi nomeada por Joe Biden para liderar o Departamento do Comércio, já se tinha posicionado contra a decisão de manter a fabricante na “lista negra” de organizações proibidas de fazer negócios com os Estados Unidos, pedindo uma revisão da mesma.
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