A escassez de componentes e semicondutores tem vindo a gerar uma crise na indústria tecnológica devido à grande procura e falta de fornecimento. As fabricantes não têm mãos a medir para conseguir produzir para as encomendas, num ciclo que se está a tornar “vicioso”. Até porque o investimento para aumentar a capacidade das linhas de produção é muito elevado, e ainda recentemente a TSMC referiu que vai investir 100 mil milhões de dólares ao longo de três anos, e a Intel 20 mil milhões na expansão de um programa de produção de chips.
O problema é que mesmo as ferramentas necessárias para proceder à expansão da capacidade de fabrico dos semicondutores estão também com falta de stock. E este problema pode arrastar-se até 2023.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden tem sido pressionado a agir e assinou uma ordem executiva reiterando o empenho em fazer chegar ao terreno uma lei que prevê ajudas de 37 mil milhões de dólares para acelerar a produção de chips no país, valor depois pedido ao Congresso num aumento para 50 mil milhões.
Ao que parece não chegam as “boas intenções”. As grandes tecnológicas americanas, incluindo a Apple, Microsoft, Google, Amazon Web Services e Intel criaram um lobby, para pressionar o governo a libertar os subsídios de ajuda ao fabrico dos semicondutores. A recém-formada Semiconductors in America Coalition pediu aos legisladores dos Estados Unidos a criação de um fundo monetário, reforçando o pedido do presidente. Esta coligação conta ainda com a AT&T, Cisco Systems, General Electric, Hewlett Packard e Verizon, segundo a Gadgets 360.
O grupo invocou o CHIPS For America Act, nas leis de investimento de investigação e produção doméstico de semicondutores, referindo que um financiamento robusto poderia ajudar a América a construir a capacidade adicional necessária para ter mais resiliência nas linhas de produção, para garantir stock às tecnologias críticas quando necessário.
As empresas tecnológicas já começaram a fazer previsões negativas devido ao impacto da falta de chips. Na indústria automóvel, a Ford disse que a produção de automóveis para o segundo trimestre ia cair para metade. Esta indústria tem mesmo pressionado a administração de Biden para dar garantia de prioridade ao fornecimento aos automóveis.
Mas o governo não quer criar divisões e prejudicar as restantes indústrias que também estão desesperadas por chips. Apesar de menos afetada que a indústria automóvel, a Apple já admitiu que vai perder entre 3 a 4 mil milhões de dólares neste trimestre que acaba em junho.
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