Numa altura em que a "novela" sobre o TikTok tem dado que falar, o secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, explica como quer "limpar" a Internet de apps, telecomunicações e seviços cloud chineses. O programa designado por Clean Network surgiu como parte da campanha dos Estados Unidos contra a Huawei, mas o anúncio amplia agora a estratégia e vai muito além do desejo de Donald Trump forçar a venda do TikTok a uma empresa americana.
Mike Pompeo estabeleceu uma abordagem em cinco frentes, de forma a "salvaguardar os interesses da Américas", desde logo removendo apps "não confiáveis" das lojas de aplicações dos EUA. Com o TikTok a ser o alvo principal atualmente, as apps chinesas suspeitas deverão ser excluídas da Google Play Store e do iTunes.
Para além disso, ofertas dos Estados Unidos de empresas como as do Facebook não poderão, de acordo com o plano, ser exibidas na loja de aplicações da Huawei. O secretário de estado quer também impedir os fabricantes de smartphones chineses que não sejam de confiança a pré-instalarem ou disponibilizarem para download as apps mais populares dos EUA.
Citado pela Reuters, o secretário de estado norte-americano, em linha com a opinião de Donald Trump, criticou algumas empresas chinesas e até mesmo um partido. “Com empresas-mãe sediadas na China, apps como o TikTok, WeChat e outras são ameaças significativas relativamente aos dados pessoais de cidadãos americanos, sem mencionar ferramentas para a censura de conteúdo do Partido Comunista Chinês”, afirmou Pompeo.
Quanto a dados, Mike Pompeo mostra-se interessado em impedir que as informações pessoais confidenciais dos cidadãos dos EUA e a propriedade intelectual das empresas sejam armazenadas e acedidas em serviços de cloud chineses.
As informações divulgadas por Mike Pompeo revelam ainda os que provedores de serviços como a China Mobile deverão ter acesso negado às redes americanas. Na prática, isto poderá levar a que os clientes da operadora não tenham acesso ao roaming nos Estados Unidos.
Com novas restrições à Huawei em maio a fazerem aumentar a tensão entre os Estados Unidos e a China, o secretário de Estádio fez referência à fabricante chinesa. "Não queremos que as empresas sejam cúmplices dos abusos dos direitos humanos da Huawei ou do excesso de vigilância do Partido Comunista Chinês".
As medidas agora estendidas abrangem também gigantes tecnológicas como a Alibaba, Baidu e Tencent. Não estando claro de que forma os EUA iriam aplicar as novas diretrizes ou que autoridade têm para o fazer, Pompeo garantiu que mais de 30 países têm agora "rede limpas", projetadas para garantir as telecomunicações críticas de um país.
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