A dias de passar o testemunho na Casa Branca, a administração de Donald Trump terá notificado os fornecedores da Huawei, nos quais se incluem a Intel, da proibição de vender tecnologia à empresa chinesa. Foram ainda negados dezenas de outros pedidos de fornecimento de tecnologia, que estavam pendentes de uma autorização do governo, à fabricante, referem fontes ligadas ao assunto à Reuters, naquela que poderá ser a última decisão do ainda atual presidente dos Estados Unidos.
A agência noticiosa teve acesso a um email da Semiconductor Industry Association, que documentou as ações realizadas pelo governo, referindo que pretende negar um significante número de pedidos para exportar para a Huawei e ainda revogar pelo menos uma licença anteriormente concedida.
Outras fontes referem que foram revogadas mais que uma autorização, mais concretamente oito licenças cortadas a quatro empresas. Uma delas é a fabricante de chips para memórias flash Kioxia Corp, anteriormente conhecida como Toshiba Memory Corp. O email salienta que as empresas estiveram muitos meses à espera de decisões para as licenças, e que menos de uma semana para a mudança de administração, tem sido desafiante lidar com estas negações aos pedidos.
A Reuters estima que estejam “pendurados” 150 pedidos de licenças, num valor tecnológico estimado de 120 mil milhões de dólares. Só do lado da Huawei, as suas licenças pendentes correspondem a 280 mil milhões de dólares, que ainda não foram processadas, segundo uma das fontes, mas provavelmente vão ser negadas, sobretudo as ligadas a tecnologia 5G.
As últimas decisões foram feitas em meia-dúzia de reuniões desde o dia 4 de janeiro, entre elementos dos departamentos do Comércio, Estado, Defesa e Energia dos Estados Unidos. O objetivo foi traçar quais as tecnologias que estavam ligadas ao 5G e aplicar a recusa das licenças, totalizando cerca de 150 pedidos negados e revogando as oito licenças para tornar as decisões mais consistentes.
Ainda no que diz respeito a decisões finais da atual administração, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos adicionou à “lista negra” de organizações com ligações ao exército chinês um novo conjunto de empresas, onde se inclui a Xiaomi. O documento publicado pelo Departamento de Defesa, inclui ainda mais 8 entidades chinesas, como a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), acusando-as de serem controladas pelo Exército de Libertação Popular, ou de terem algum tipo de afiliação com o mesmo.
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