15 palcos, 2.600 startups e sem Paddy Cosgrave. O que esperar do Web Summit 2023?

Os números antecipam o maior Web Summit de sempre, e é essa a informação que a organização da conferência está a partilhar, mas como sempre os números estão longe de contar toda a história. Nas últimas semanas o impacto das declarações de Paddy Cosgrave sobre os ataques de Israel na Palestina, que se seguiram ao ataque do Hamas a 7 de outubro, fizeram com que o CEO e principal rosto do Web Summit se demitisse, numa tentativa para travar uma série de cancelamentos de empresas, onde constam nomes como a  Amazon, Meta, Google, Intel, Siemens e investidores israelitas. 

O SAPO é parceiro de imprensa do Web Summit e vai transmitir em direto as conferências, começando com a abertura do evento hoje no palco principal, a partir das 16h00. Pode também acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023.

A organização foi partilhando que algumas das empresas que tinham cancelado, ou que estavam a reconsiderar a presença na edição deste ano, tinham entretanto confirmado. Mas nunca respondeu ao nosso pedido de mais detalhes e o certo é que pelo menos os nomes principais dos desistentes não estão nas listas de expositores e de oradores, numa agenda que foi mudando várias vezes.

Com tudo isto, o que podemos esperar da edição deste ano? As portas abrem hoje para a Noite de Abertura, que começa às 16 horas e que vai ter a participação de alguns dos nomes de protagonistas do ecossistema de tecnologia em Portugal, como a Cristina Fonseca da Indico Capital e Vasco Pedro da Unbabel, que estão na sessão de abertura com a nova CEO Katherine Maher e o fundador da Wikipedia Jimmy Wales. Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa, e António Costa Silva, ministro da Economia, são também oradores num momento em que uma crise política também se abate sobre o Governo depois da divulgação da Operação Influencer na semana passada, que levou à demissão do Primeiro Ministro António Costa.

Ainda é cedo para perceber de que forma é que estes acontecimentos podem ter impacto naquela que se assume como a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo, e que este ano espera mais de 71 mil participantes, tendo atingido a capacidade máxima, com mais de 2.600 startups confirmadas, um terço das quais lideradas por mulheres, representando mais de 85 países.

Estão listados mais de 900 investidores, mais de 300 parceiros e mais de 6.000 voluntários e contratados para montar e gerir o evento. A organização conta presenças de 160 países e diz que este ano o espaço ocupado é de mais de 215.000 metros quadrados, crescendo 11 mil metros quadrados face aos 204 mil ocupados em 2022.

As indicações referem mais de 20 palcos para as muitas talks, pitchs e workshops, embora no mapa se vejam claramente 15 (onde o palco 1 e 2 não estão assinalados correspondendo aos palcos principal e investidores), e será pelos pavilhões da FIL que a maioria dos participantes se vão distribuir, embora hoje seja esperada a enchente habitual no palco principal do Altice Arena.

À margem das polémicas, o entusiasmo de participantes, oradores e startups tem preenchido as redes sociais com fotografias e posts a assinalar a presença em Lisboa, selfies nas ruas e à entrada do espaço da Altice Arena.

Veja as imagens

Multiplicam-se convites para ver as sessões ou passar nos stands e a atividade de ligações na aplicação também está mais intensa. Na semana passada a organização dizia que sete dias antes do início do Web Summit havia mais 50% do número de mensagens enviadas na app comparadas com o ano anterior, e mais 145% de ligações.

Nos vários contactos que o SAPO TEK tem feito nos últimos dias, a habitual energia e entusiasmo, sobretudo de empreendedores que querem promover os seus projetos, mistura-se com algumas dúvidas, mas há também a ideia de que a ausência das grande empresas não será muito notada, até porque o Web Summit vive mais da apresentação de novas ideias e startups. Mesmo assim é de notar a falta de nomes mais sonantes no cartaz de oradores, depois de já terem subido ao palco personalidades como Al Gore, Tim Berners Lee, Margrethe Vestager, Brad Smith, o cientista Gary Marcus, os whistleblowers Edward Snowden e Frances Haugen e ou Jean-Michel Jarre.

A nova CEO, Katherine Maher, já admitiu na RTP que acredita que o evento vai correr com normalidade, apesar da crise política em Portugal, e que quer normalizar as relações com Israel, mas não há ainda confirmação de que será feita a habitual conferência de imprensa com os jornalistas.

Também António Dias Martins, presidente da Startup Portugal, defende que esta é a maior edição de sempre. A organização apresenta hoje nas Innovation Tracks, o principais players do ecossistema de inovação em Portugal e uma ferramenta de Matchmaking que liga startups, investidores e outros protagonistas em Portugal.

A íngua portuguesa vai estar em destaque e a Startup Portugal apoia 115 empresas portuguesas na edição deste ano do Web Summit, inseridas no programa Road 2 Web Summit, enquanto a comitiva do Brasil conta com 85 startups e 100 empresas que chegam a Lisboa pela ApexBrasil, assim como mais de 500 empreendedores brasileiros.

As apostas estão altas e o SAPO TEK vai estar nos próximos dias a acompanhar tudo o que se passa no Web Summit e nos eventos paralelos que sempre decorrem em Lisboa a par da conferência. A agenda de conferências é longa e começa já hoje, 13 de novembro, às 16 horas, e até dia 16 de novembro há muito para descobrir dentro e fora dos palcos.

Estamos à procura de boas histórias por isso não hesite em nos contactar para uma conversa ou um café.

Tudo indica que em termos logísticos a aceleração será dentro do habitual, com filas para conseguir as acreditações e chegar aos palcos. Conte com os condicionamentos de trânsito na zona do Parque das Nações mas não se esqueça dos transportes públicos que têm passes especiais para o evento.

Pode acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023 e também ver a transmissão em direto do palco principal com o SAPO.