Em março, a pandemia de COVID-19 teve um impacto na velocidade da Internet em todo o mundo, mas parece que a tendência para o crescimento do tráfego na Europa está a mudar. Nas últimas três semanas um crescente número de Estados-membros tem reportado uma estabilização no tráfego em redes fixas e móveis a nível geral, estando Portugal nesse grupo de 21 países. Quanto a estratégias “solidárias” no que diz respeito a disponibilização de dados móveis, Portugal também se destaca no relatório do grupo de reguladores europeus com informações compiladas a 21 de abril.
Os dados foram reunidos pelo Body of European Regulators of Electronic Communications (BEREC) que, em conjunto com a Comissão Europeia, tem lançado relatórios sobre o tráfego da Internet durante a pandemia. Desde 25 de março que ambos os organismos estão a monitorizar a evolução da utilização das redes, tendo publicado até ao momento nove relatórios, depois do anúncio do mecanismo conjunto a 19 de março. O próximo documento será publicado esta quarta-feira.
Com o alargamento da situação de pandemia e confinamento dos cidadãos europeus chegou a temer-se um efeito negativo nas redes de comunicação, e o comissário europeu chegou mesmo a pedir para alguns serviços reduzirem a qualidade do streaming, nomeadamente a Netflix e o YouTube, que acederam a essa solicitação.
Em Portugal com a declaração do Estado de Emergência foram também definidas regras que podiam ser aplicadas às redes e que previam a possibilidade de limitar a velocidade de algum tráfego, especialmente de vídeo, mas até agora a informação da Anacom mostra que não tem havido perturbação das infraestruturas.
Na Europa, e de uma forma geral, o tráfego das redes móveis e fixas aumentou durante esta crise de saúde pública, mas nenhum congestionamento grave foi reportado, garante o BEREC.
A verdade é que essa tendência de crescimento está agora a inverter-se, com cada vez mais Estados-membros a reportarem uma estabilização do tráfego. Para além de Portugal, também países como Espanha, Itália e França estão a voltar aos níveis anteriores aos da pandemia, com dois Estados-membros a garantirem na última atualização o mesmo: Grécia e Finlândia.
Portugal destaca-se na onda de ofertas de serviços para "entreter" os portugueses em casa
De acordo com os dados europeus, Portugal destaca-se no que diz respeito às medidas de dados adicionais e de serviços gratuitos. Dos cinco exemplos dados no relatório de estratégias, Portugal tomou três delas, nomeadamente a relativa ao aumento da quantidade de dados móveis disponíveis em subscrições de forma gratuita.
Para além disso, Portugal é um dos três Estados-membros que está a fornecer pacotes móveis gratuitos, incluindo dados e minuto, para as equipas na linha da frente do setor público de saúde ou outras instituições. Apenas a Lituânia e Malta fizeram o mesmo.
Como outros 15 países, em Portugal as operadoras disponibilizaram ainda alguns conteúdos televisivos de forma gratuita.
Recorde-se ainda que logo no início do confinamento as três operadoras móveis se uniram para disponibilizar a oferta de 10 GB de dados móveis aos seus clientes.
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