O que é a economia de rastreamento? Trata-se de uma ramificação do marketing de consumo em que os dados são obtidos através do rastreamento ou observação das atividades normais dos consumidores, desde a visita de websites, a compra de produtos, uso de serviços das plataformas online, a utilização de cartões de crédito ou consumo de conteúdos de entretenimento. Um estudo conjunto da Consumer Reports e da The Markup indica que cada utilizador do Facebook poderá ter sido rastreado por milhares de empresas que enviam os seus dados para a rede social.
Para realizar o estudo, foi usado um painel de 709 voluntários, que partilharam os arquivos dos seus dados do Facebook. Descobriu-se que um total de 186.892 empresas enviaram dados sobre esses utilizadores para a rede social. Ou seja, em média, cada participante do estudo viu os seus dados enviados para o Facebook por 2.230 empresas. Mas nos registos, alguns dos voluntários chegaram a ser rastreados pelo Facebook através do envio de dados de cerca de 7.000 empresas, destaca o documento publicado.
Os dados correspondem a três anos de atividade na rede social, que foram descarregados a partir das definições do seu perfil, através de uma ferramenta própria do Facebook. Os investigadores referem que o rastreamento é feito através de uma forma normalmente escondida, num sistema chamado server-to-server tracking, em que cada dado pessoal é enviado pelos servidores das empresas para os servidores da Meta. Outra forma de obter os dados são os pixels de rastreamento da Meta colocados nos websites das empresas, que são visíveis para os browsers dos utilizadores.
De notar que, como o estudo foi realizado através de autosseleção de um grupo de utilizadores, sem qualquer ajuste demográfico, este não é representativo da população que usa a rede social como um todo. Além disso, os participantes serão certamente mais conscientes da privacidade e tecnicamente menos representativos do consumidor típico. E ainda assim, os resultados revelam-se surpreendentes e dão uma ideia de como os dados pessoais são recolhidos e agregados online, através da informação obtida diretamente pelo Facebook.
Questionado sobre estas práticas, um representante da Meta diz que oferece ferramentas transparentes para ajudar as pessoas a compreender a informação que as empresas escolhem partilhar com a rede social e gerirem como essa é utilizada. Ainda assim, a Consumer Reports afirma ter encontrado problemas com essas ferramentas, incluindo que a identidade de muitos desses fornecedores de dados é pouco clara dos nomes mostrados aos utilizadores e que as empresas que oferecem serviços para os anunciantes tendem a ignorar os pedidos de opção de não serem rastreados.
Olhando para as empresas que mais partilham dados com a Meta, a LiveRamp é listada em primeiro lugar, tendo aparecido em 96% da informação dos utilizadores. A empresa é uma comerciante de dados, como aliás, a maioria do Top 10. A Amazon aparece na lista, no décimo lugar, mas outras empresas de retalho como a Home Depot, Macy’s e Walmart estão entre as 100 mais frequentes.
Qualquer pessoa pode ver a lista de empresas que envia dados para o Facebook. Para tal basta aceder à ferramenta disponível no Facebook, escolher a opção “A tua atividade fora das tecnologias da Meta”, clicar em “Atividade recente”. Terá depois de introduzir a sua palavra-passe. É impressionante verificar a lista de websites que visita frequentemente a serem listados. Poderá depois gerir o que fazer com essas informações, se deve apagar ou desassociar, por exemplo, as empresas.
Faça o teste e verifique quais os websites e serviços que partilham dados com o Facebook:
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