Um novo estudo da Kaspersky, centrado em torno da temática do assédio digital nas relações através do uso de stalkerware, revela que, embora 81% dos inquiridos portugueses não acreditem que seja aceitável monitorizar o seu parceiro sem consentimento, 11% não veem qualquer problema, e consideram a prática aceitável em algumas circunstâncias.
Os dados dão a conhecer que, entre os inquiridos que pensam que existem determinadas razões que justificam a prática, 64% indicam que o fariam caso acreditassem que o seu parceiro esta a ser infiel; 56% se tal estivesse relacionado com a sua segurança; e 48% se acreditassem que estavam envolvidos em atividades criminosas.
Olhando para o panorama português, a 6% dos inquiridos já lhes foi pedida a instalação de uma aplicação de monitorização por parte do seu parceiro. Deste conjunto, 15% passaram por alguma forma de violência ou abuso na sua relação.
O estudo, realizado a propósito do segundo aniversário da Coligação contra o Stalkerware, revela quantos utilizadores foram afetados por este tipo de ferramenta de monitorização nos primeiros 10 meses do ano. Ao todo, entre janeiro e outubro, quase 28.000 utilizadores foram afetados por stalkerware a nível mundial, com mais de 3.100 casos na União Europeia e mais de 2.300 na América do Norte.
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A Rússia, o Brasil e os Estados Unidos são os três países que lideram o ranking dos mais afetados a nível internacional. Já na Europa, Alemanha, Itália e Reino Unido são os três países mais afetados.
Portugal situa-se em 12º lugar no ranking da União Europeia e em 57º a nível internacional, com os investigadores a detetarem 62 utilizadores afetados por stalkerware durante o período em análise.
O estudo detalha que, a nível nacional, quase duas em 10 pessoas já foram vítimas de stalkerware: 17% dos inquiridos afirmam ter sido vítimas de perseguição através de novas tecnologias e cerca de 15% suspeitam que o seu parceiro os espia.
Entre os portugueses que participaram no estudo, 39% manifestam preocupações em relação à possibilidade dos seus parceiros violarem a sua privacidade digital. As mensagens (47%), as redes sociais (45%) e os emails (39%) estão entre as informações digitais a que os parceiros podem aceder e que causam mais preocupação.
Os dados indicam que s portugueses apresentam maior reticência em partilhar com os seus parceiros as suas palavras-passe (36%); os seus dados de geolocalização (26%); o seu histórico (22%); as suas mensagens (21%); e ainda informações de pagamentos (18%). Já 83% dos inquiridos admitem que confrontariam o seu parceiro caso descobrissem que estavam a ser seguidos.
A investigação destaca também que há alguma falta de conhecimento generalizada sobre o que é e o que implica o stalkerware. Em Portugal, 55% dos inquiridos não sabem o que são estas ferramentas de monitorização.
Por outro lado, entre os inquiridos que são mais conhecedores da tecnologia, 64% estão conscientes de que este tipo de software pode monitorizar a atividade da Internet e que pode gravar a localização, assim como vídeo e áudio. 31% têm conhecimento de que o stalkerware permite aceder às palavras-passe, 27% que permite alertar o agressor caso a vítima o tente desinstalar, e 30% que é capaz de enviar notificações quando os utilizadores chegam a casa.
Para os utilizadores que suspeitem que possam ser afetados ou que estejam a ser atingidos por stalkerware, a Kaspersky deixa algumas recomendações.
Se encontrar stalkerware nos seus equipamentos, recorrendo para tal a uma solução de segurança, removê-lo imediatamente poderá não ser a melhor estratégia. Os especialistas indicam que o agressor pode constituir um potencial risco de segurança e, em alguns casos, pode até agravar os seus comportamentos abusivos como resposta à deteção.
Para obter ajuda e planear uma saída segura, os investigadores recomendam contactar as autoridades locais e organizações que apoiam as vítimas de violência doméstica, acedendo a mais informação através do website da Coalition Against Stalkerware.
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