A acusação surge após uma extensa investigação a uma campanha maliciosa, que remonta a 2022, contra uma rede interna deste ministério e que resultou num ataque a uma instituição considerada como uma infraestrutura crítica no país.

Em comunicado, o governo da República Checa avança que a responsabilidade por esta campanha maliciosa foi atribuída ao grupo APT31. Considerado uma Advanced Persistent Threat (ou Ameaça Persistente Avançada, em português), o grupo tem ligações ao Ministério da Segurança do Estado chinês.

“A China está a interferir na nossa sociedade através de manipulação, propaganda e ciberataques”, afirma Jan Lipavský, Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, numa publicação na rede social X.

“Convoquei o embaixador chinês para deixar claro que tais ações hostis têm consequências graves para as nossas relações bilaterais”, realça na mesma publicação.

A campanha maliciosa foi condenada pelos Estados-membros da União Europeia. “Esta é uma clara e inaceitável violação das normas internacionais”, realça Kaja Kallas, Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Em comunicado, Kaja Kallas lembra que, nos últimos anos, houve um aumento nas atividades maliciosas ligadas à China que têm como alvo Estados-membros da UE.

“Em 2021, apelamos às autoridades chinesas para tomarem medidas contra atividades maliciosas realizadas a partir do seu território”, afirma. No entanto, o aviso parece não ter surtido grande efeito, uma vez que, desde então, vários Estados-membros da UE foram visados por cibercriminosos com ligações à China.

Segundo Kaja Kallas, a UE condena veemente estas ações maliciosas. “Apelamos a todos os Estados, incluindo a China, para que se abstenham de tais comportamentos, respeitem o direito internacional e cumpram as normas e os princípios da ONU, incluindo os relacionados com as infraestruturas críticas”, realça.

A NATO, que também condenou o ataque, afirma em comunicado que vê com crescente preocupação o aumento das atividades maliciosas com origem na China. “Os atacantes procuram desestabilizar a Aliança Atlântica persistentemente”, sublinha, acrescentando que continuará a expor e combater as ameaças que visam os sistemas democráticos e infraestruturas críticas.