A Comissão Europeia publicou os resultados da edição de 2018 do Índice de Digitalização da Economia e da Sociedade (IDES), um relatório que apresenta o desempenho dos 28 Estados-Membros num conjunto de domínios, que vão da conectividade e das competências digitais à digitalização das empresas e dos serviços públicos.
O IDES de 2018 revela que, apesar da pontuação geral de Portugal ter aumentado ligeiramente (menos de dois pontos), isso não impediu o país de cair um lugar na classificação, passando de 15º para 16º.
De acordo com o relatório de 2018, as pontuações de Portugal baixaram na maioria das dimensões do IDES, incluindo a integração de Tecnologias Digitais, os Serviços Públicos Digitais e Utilização da Internet. Mesmo estando entre os 10 países onde uma maior percentagem de utilizadores da Internet utilizam as redes sociais e jogam ou descarregam jogos, imagens, filmes ou música, Portugal "está significativamente atrasado em relação à utilização das compras em linha e das operações bancárias em linha: apenas 45% e 42%", refere o estudo.
Segundo a Comissão Europeia e embora Portugal tenha progredido mais rapidamente do que a média da UE em todas as componentes da dimensão Capital Humano, a melhoria dos níveis de competências digitais da população é o maior desafio do país.
O índice mostra ainda que os níveis de utilização de serviços de banda larga fixa e móvel no nosso país aumentaram significativamente em 2017, com as redes de banda larga ultrarrápida a estarem disponíveis para 95% dos agregados familiares, uma percentagem bem superior aos 58% da média europeia.
Apesar de no domínio da conectividade Portugal ter uma boa cobertura, esta é prejudicada pelo seu desempenho em termos de adesão e preços, com os pacotes convergentes (ou seja, incluindo a Internet fixa e móvel e serviços de voz) a serem o método mais representativo utilizado pelos operadores para vender serviços de comunicações eletrónicas no país.
Também a percentagem de cidadãos portugueses que utilizam a Internet aumentou em relação ao ano anterior, de 68% para 71%, mas continua a ser inferior à média da UE (81%).
Metade da população portuguesa não tem as competências digitais básicas necessárias para utilizar eficazmente a Internet e 30% não tem quaisquer competências digitais. Os idosos e as pessoas com baixos rendimentos ou baixos níveis de educação enfrentam sérios riscos de exclusão digital em Portugal, alerta o estudo.
Iniciativas como o INCoDe.2030 e o Movimento pela Utilização Digital Ativa (MUDA) cujo objetivo é melhorar a literacia digital, reduzir o número de pessoas que nunca utilizaram a Internet e promover a empregabilidade e a formação profissional, têm ajudado o país a responder ao desafio de reforçar as competências digitais dos seus cidadãos, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.
Os utilizadores da Internet portugueses estão entre aqueles que mais usam as redes sociais, jogam e descarregam jogos, imagens, filmes ou música, colocando o país na 8ª posição nesta dimensão. Contudo, em relação às compras (45%) e operações bancárias online (42%), estão bem abaixo da média europeia de 68% e 61%, respetivamente.
Na dimensão que mede a digitalização de empresas e comércio eletrónico, a pontuação de Portugal melhorou em 2017, ainda que apenas um ponto percentual. Em consequência, desceu do 9º para o 11º lugar na classificação geral.
Para isso terá contribuído o facto da percentagem de comércio eletrónico no volume de negócios das sociedades (16%) ser quase 2 pontos percentuais inferior à média da UE e a diminuição da percentagem de PMEs que vendem online.
A percentagem relativamente elevada da população com competências digitais insuficientes e que não utiliza a Internet ou apenas o faz raramente pode explicar os progressos limitados realizados por Portugal no âmbito da modernização e a digitalização dos serviços públicos.
A nível geral, os três países europeus com melhor desempenho no domínio digital continuam a ser a Dinamarca, Finlândia e Suécia, seguidas do Luxemburgo, Irlanda, Reino Unido, Bélgica e Estônia. A Romênia, Grécia e Itália têm as pontuações mais baixas no DESI.
Portugal faz parte do grupo de países com desempenho médio, juntamente com a Espanha, Áustria, Malta, Lituânia, Alemanha, Eslovénia, República Checa, França e Letónia.
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