Para fechar o Web Summit 2025 com “chave de ouro”, Tim Berners-Lee, “pai” da World Wide Web, e John Bruce, cofundador e CEO da Inrupt, abriram a discussão no palco central em torno do futuro da web na era da IA generativa.

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Da mesma forma que batalhou durante muito tempo com os seus superiores para que a WWW se concretizasse nos anos 90, hoje, Berners-Lee luta agora para devolver o controlo da Internet às pessoas. “A visão agora é de um reset” que seja capaz de dar mais poder a todos, afirma.

Mas é realmente possível termos um botão para fazer “reset”? O inventor da web acredita que sim. Afinal, o crescente foco das tecnológicas na introdução de funcionalidades “alimentadas” por IA, seja na web em si ou na forma como acedemos a ela através dos browsers, demonstra que a Internet tem a capacidade de se reinventar.

“Tanto o bem como o mal podem ser feitos com a mesma tecnologia”, mas, como realça Berners-Lee "temos de pôr a humanidade em primeiro lugar”. Por outro lado, a questão torna-se mais complicada quando se têm em conta as atuais prioridades de grande parte do sector da tecnologia, em particular na área da IA.

A falta de uma cooperação que permita equilibrar benefícios e riscos no desenvolvimento da tecnologia é uma das grandes preocupações apontadas. “Vemos empresas a concorrer umas com as outras, numa corrida cega para ver quem chega primeiro, em vez de trabalharem em conjunto”, defende.

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Da mesma forma que, no caso do desenvolvimento de IA, o foco deve estar na Humanidade, o mesmo se aplica ao futuro da Internet. Para Berners-Lee isso significa “construir uma web que seja positiva para o indivíduo”, devolvendo-lhes não só o controlo sobre os seus dados e sobre a forma como interagem online, mas também recuperando o espírito de liberdade e criatividade que marcou o início da Internet.

Recorde-se que, ainda este ano, numa reflexão sobre a forma como a sua invenção evoluiu, o "pai" da WWW já tinha defendido que enfrentamos hoje uma "nova encruzilhada, uma em que precisamos de decidir se a IA será usada para o bem da sociedade ou para a prejudicar". 

Além da necessidade urgente de definir regras claras, Berners-Lee afirmou que é preciso uma nova abordagem que devolva o controlo aos cidadãos, bem como a criação de "uma entidade sem fins lucrativos, semelhante ao CERN, que possa liderar a investigação internacional em IA".

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