
Num artigo publicado no The Guardian, Tim Berners-Lee reflete sobre a forma como a sua invenção evoluiu, relembrando o momento em que o projeto decidiu "dar a Web ao mundo" em 1993, altura em que convenceu os seus gestores no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) a colocar a WWW em domínio público.
"Hoje, olho para a minha invenção e sou forçado a perguntar: a Web ainda é livre? Não, nem toda", afirma Tim Berners-Lee.
Das grandes plataformas que vendem dados privados aos "algoritmos omnipresentes", concebidos para serem viciantes e prejudicarem a saúde mental dos utilizadores, o "pai" da WWW defende que usar a informação pessoal como moeda de troca no acesso online não se enquadra, de todo, na sua visão de uma Web livre.
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"Em muitas plataformas, já não somos os clientes: tornámo-nos o produto", realça, acrescentando que algures entre a sua visão original para a Web 1.0 e o surgimento da Web 2.0 "tomámos o caminho errado".
"Agora, chegámos a uma nova encruzilhada, uma em que precisamos de decidir se a Inteligência Artificial será usada para o bem da sociedade ou para a prejudicar. Como podemos aprender com os erros do passado", questiona Tim Berners-Lee.
Na sua visão, é necessário garantir que “os decisores políticos não voltam a passar uma década a tentar acompanhar os avanços tecnológicos, como aconteceu com as redes sociais”.
"O momento para decidir o modelo de governação da IA foi ontem, por isso, precisamos de agir com urgência", enfatiza. Para lá da necessidade urgente de definir regras claras, o criador da WWW defende que é preciso uma nova abordagem que devolva o controlo aos cidadãos.
Tim Berners-Lee defende também a criação de "uma entidade sem fins lucrativos, semelhante ao CERN, que possa liderar a investigação internacional em IA".
"A regulação e a governação global são tecnicamente possíveis, o que falta é vontade política", defende o criador da WWW, acrescentando que, "se a conseguirmos reunir, teremos a oportunidade de restaurar a Web como uma ferramenta de colaboração, criatividade e empatia, capaz de unir culturas e pessoas". "Podemos devolver o poder às pessoas e recuperar a Web: ainda vamos a tempo", realça.
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