
Dois investigadores de segurança que trabalharam na Meta, testemunharam no Senado dos Estados Unidos, que a empresa escondeu possíveis perigos no acesso das crianças aos seus produtos de realidade virtual. “A Meta escolheu ignorar os problemas que criaram e enterraram as provas das experiências negativas registadas pelos utilizadores", disse uma das testemunhas, Jason Sattizahn, citado pela BBC.
As audições estão a acontecer depois dos whistleblowers terem alegado que os advogados da Meta interviram para moldar a investigação interna que poderia listar os riscos. A empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp nega essas alegações e diz mesmo que a audiência não faz sentido.
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Em declarações aos senadores, os investigadores Jason Sattizahn e Cayce Savage, que trabalharam na Meta durante a investigação da experiência de utilizador do público jovem para as plataformas Meta VR, disseram aos senadores que a empresa obrigou os investigadores a apagar as provas de risco de abuso sexual nos produtos, além de terem de evitar trabalho que pudesse produzir provas de que o VR poderia ser nocivo para as crianças.
Na versão da Meta, estas alegações são “baseadas em documentos internos que foram selecionados e partilhados, escolhidos especificamente para criar esta falsa narrativa”. O porta-voz da empresa diz que nunca houve proibições ou limites na investigação, acrescentando que a Meta aprovou, nos últimos anos, cerca de 180 estudos relacionados com o Reality Labs sobre possíveis problemas, incluindo o bem-estar e segurança dos mais novos.
O investigador Jason Sattizahn, que esteve na empresa entre 2018 e 2024, disse como testemunha que a Meta está a mentir e que a investigação foi manipulada. Já a investigadora Cayce Savage, alegou que durante a sua investigação, identificou que o Roblox estava a ser utilizado por círculos coordenados de pedófilos. “Eles montavam clubes de strip e pagavam às crianças para se despirem”, utilizando a moeda da app, que depois podia ser convertida em dinheiro real. Depois de ter denunciado a situação à Meta, pediu para que em nenhuma circunstância o Roblox deve estar disponível no headset, algo que ainda se encontra atualmente na loja do Meta VR, completa.
O porta-voz do Roblox também vem desmentir os investigadores, alegando que os testemunhos são baseados em informação desatualizada, destacando que a segurança está nas suas prioridades.
Esta não é a primeira vez que a Meta é denunciada por ex-funcionários sobre o tema da segurança das crianças. Em 2021, Frances Haugen, que trabalhou na empresa de Mark Zuckerberg como gestora de produto na equipa de desinformação cívica no Facebook, fez a denúncia sobre os efeitos negativos do Instagram nas adolescentes.
A whistleblower referiu que houve conflitos de interesse entre o que era o melhor para os utilizadores e o que era melhor para os cofres da rede social. E foi mais longe, dizendo que a empresa por várias vezes optou por otimizar a plataforma para os seus interesses e lucros.
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