A Meta confirmou hoje que baniu o líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, das suas plataformas Facebook e Instagram, por violação das políticas “sobre organizações e indivíduos perigosos”.
“Removemos estas contas por violarem repetidamente as nossas políticas sobre organizações e indivíduos perigosos”, destacou um porta-voz da Meta à agência France-Presse (AFP), sobre uma decisão que ocorre num momento de escalada das tensões entre Washington e Teerão devido ao conflito na Faixa de Gaza.
O líder supremo, no poder no Irão há quase 35 anos, tinha 5 milhões de seguidores no Instagram. A rede social, tal como o Facebook, está proibida no Irão, mas continua a ser utilizada graças às VPN (redes virtuais privadas) que permitem contornar a censura.
Moderar conteúdos relacionados com este país é uma dor de cabeça para Meta, entre a pressão das organizações não-governamentais (ONG) de direitos humanos e a das autoridades.
Em junho de 2022, várias associações norte-americanas e britânicas assinalaram que o Instagram era "a principal rede de comunicação no Irão devido ao seu estatuto de última rede social sem censura no país", considerando, no entanto, que sofria "de falta de confiança e transparência na sua práticas de moderação" entre utilizadores de língua persa.
No início de 2023, o conselho fiscal da Meta (independente mas financiado pelo grupo) pediu à rede social que autorizasse uma publicação contendo a mensagem "morte a Khamenei", que tinha sido retirada, citando "as responsabilidades [da Meta] em matéria de direitos humanos.
De acordo com o conselho, "marg bar Khamenei” (“morte a Khamenei” em farsi), deve ser entendido como "para baixo", um slogan retórico e político, e não uma ameaça credível.
Desde o início do conflito em Gaza, desencadeado por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita em 07 de outubro, as relações entre os aliados dos dois campos tornaram-se ainda mais tensas do que anteriormente.
Teerão afirma que os intervenientes do “eixo de resistência”, constituído pelos aliados de Teerão na sua luta contra Israel, agem independentemente do Irão, ao contrário do que afirmam as autoridades norte-americanas ou israelitas.
Entre estes, os rebeldes Huthis do Iémen estão a aumentar os ataques a barcos comerciais no mar Vermelho, em “solidariedade” com os palestinianos.
Em retaliação, os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram 30 instalações militares controladas pelos Huthis, ataques condenados por Teerão.
Em meados de janeiro, o Irão lançou mísseis contra locais no Iraque e na Síria, sem visar os interesses norte-americanos, para evitar uma escalada regional.
Os Guardas Revolucionários, o exército ideológico da República Islâmica, responderam desta forma a um ataque suicida mortal no início de janeiro no Irão e aos recentes assassinatos de vários dos seus comandantes.
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