O recurso à inteligência artificial para produzir conteúdos informativos preocupa a maioria dos consumidores, revela um estudo do Reuters Institute for the Study of Journalism. A pesquisa anual mostra que essa utilização é encarada com maiores reticências principalmente em áreas sensíveis como a da política. Cinquenta e dois por cento dos entrevistados nos Estados Unidos e 63% no Reino Unido assumiram que ficariam desconfortáveis com notícias produzidas essencialmente por IA. Menos impacto parece ter a possibilidade de a IA ser usada a montante, como uma ferramenta que ajuda o jornalista a trabalhar de forma mais eficiente.
Há um nível de suspeição “surpreendente” em relação à possibilidade de ler notícias fabricadas por IA, sobretudo relacionado com a fiabilidade e confiança nos conteúdos, admite Nic Newman, autor principal do estudo Digital News Report, citado pela Reuters.
A pesquisa confirma, por outro lado, que os influenciadores de notícias estão a desempenhar um papel mais importante do que as principais organizações de comunicação social na informação dos utilizadores de plataformas online populares como o TikTok. Mais de 5.600 utilizadores da rede social confirmaram que usam a aplicação para consumir informação noticiosa.
Cinquenta e sete por cento assumiram que chegam a este tipo de conteúdos através de outras contas pessoais e só um terço (34%) seguem páginas de media ou de jornalistas. Os autores do estudo, que teve por base entrevistas a 100 mil pessoas em 47 países, admitem que isto acontece porque a imprensa tradicional é menos eficaz na capacidade de atrair os leitores nestas plataformas e construir um relacionamento direto com o seu público, sobretudo com o público mais jovem.
A Reuters sublinha que uma das “personalidades” apontadas por participantes no estudo como referência para informação noticiosa foi Vitus "V" Spehar, um criador de conteúdos no TikTok com 3,1 milhões de seguidores. O influenciador, que já foi entrevistado pela agência, publica vídeos com as manchetes do dia, lidas no chão, debaixo da secretária. Na entrevista à agência explicou que essa era uma forma mais leve de apresentar os principais temas da atualidade.
O estudo mostra ainda que as preocupações dos leitores com as notícias falsas aumentaram três pontos percentuais face ao ano passado, para serem assinaladas agora por 59% dos participantes, com Estados Unidos (72%) e África do Sul (81%) a destacarem-se nessas preocupações. Ambos os países estão na longa lista de geografias com eleições marcadas para este ano.
Mantém-se a falta de interesse e disponibilidade dos leitores para pagarem pelos conteúdos que leem online. Nos últimos três anos, a percentagem de consumidores que pagou para ver notícias online não se alterou: manteve-se nos 17%, valor médio para os 20 países onde a pergunta foi feita.
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