O mais recente relatório European Tech Insights 2021, realizado pelo Center for the Governance of Change da Universidade IE, em Espanha, centra-se na forma como a crise de alterou a nossa relação com a tecnologia, com um especial foco na área da saúde e na partilha de dados.

O relatório destaca que 46% dos jovens europeus com idades entre os 18 e os 24 anos demonstram menos preocupações com a sua privacidade e estão mais dispostos a partilhar os seus dados pessoais recolhidos através de wearables, relacionados com indicadores de saúde e exercício, com seguradoras.

Olhando para a totalidade dos inquiridos europeus, 34% está disposto partilhar a sua informação de saúde, com uma maior ênfase em países como a Itália, com 52%; Espanha, com 41%; Holanda e Polónia, ambos com 37%. Fora da Europa, este é um ponto de vista mais dominante na China, onde 60% dos indivíduos inquiridos concordam com a partilha de dados.

European Tech Insights 2021 | Center for the Governance of Change | Universidade IE
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Será que os governos devem partilhar os registos de saúde dos cidadãos com empresas privadas como a Google? Os dados revelam que na Europa não existe um total consenso: 45% são a favor e 47% manifestam-se contra.

Mesmo assim, neste âmbito, as camadas mais jovens continuam a manifestar menos preocupações com a privacidade dos seus dados. Ao todo, 55% dos inquiridos europeus com idades abaixo dos 25 anos acreditam que os governos devem partilhar registos de saúde com empresas privadas.

European Tech Insights 2021 | Center for the Governance of Change | Universidade IE
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COVID-19 torna europeus mais "adeptos" da vigilância digital e da utilização dos seus dados
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Os especialistas indicam que durante a primeira vaga da pandemia de COVID-19 foi possível observar um decréscimo momentâneo em matéria de preocupações de privacidade, em particular, nos países europeus mais afetados. Porém, à medida que a crise de saúde pública evoluiu ao longo do ano, os valores estão a voltar a níveis pré-pandémicos.

É também possível observar uma evolução semelhante nos Estados Unidos, onde, agora, 36% dos inquiridos de manifesta positivamente em relação à partilha de registos de saúde por parte do governo. Por contraste, as preocupações com a privacidade caíram a pique na China e apenas 17% dos cidadãos é contra a prática.