Um ano depois da entrada em vigor da medida, a Google já cumpriu milhares de pedidos de cidadãos que pediram para ser esquecidos na Internet, mas a regra só vale na Europa. Os reguladores franceses querem obrigar a empresa a estendê-la a todo o mundo.
A Comissão Nacional da Informática e das Liberdades (CNIL), órgão regulador francês de proteção de dados, emitiu um comunicado em junho a pressionar a Google para que aplicasse o direito ao esquecimento em todas as versões do seu site - e não apenas na Europa - sempre que valida o pedido de um utilizador para remover informação dos resultados apresentados pelo seu motor de busca.
Ontem a gigante das pesquisas reagiu num post no seu blog, recusando esta determinação e alegando que nenhum país deve ter autoridade de controlar os conteúdos a que alguém noutro país pode aceder.
"Temos trabalhado intensamente para implementar a regra do direito a ser esquecido de forma completa na Europa, e vamos continuar a fazê-lo", explicou Peter Fleischer, responsável de privacidade da Google a nível global no post, que adianta porém que "como principio, discordamos de forma respeitosa com as assunções da CNIL de autoridade global nesta matéria e pedimos que retirasse essa determinação".
Logo nos primeiros meses depois da determinação do Tribunal de Justiça Europeu que levou à aplicação do chamado "direito a ser esquecido" na Europa, a Google recebeu milhares de pedidos de remoção de dados, também de utilizadores portugueses.
Segundo os dados partilhados, a empresa recebeu mais de 250 mil pedidos de remoção, e aceitou cerca de 41% deles, mas aplicou a regra nos resultados locais dos motores de busca de cada país, alegando que a maioria das pesquisas são feitas desta forma.
A agência Reuters adianta que a CNIL já reagiu à recusa da Google e que nos próximos dois meses vai decidir se aceita este apelo. Em caso de recusa a Google sujeita-se a uma multa que é aplicada considerando uma percentagem das receitas da empresa.
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