O momento será de negociações com os reguladores europeus da privacidade e concorrência, sobretudo com o regulador irlandês da privacidade, que lidera o processo, mas a Meta está disponível para rever de forma significativa o preço fixado para a versão sem anúncios das suas plataformas.
A informação foi partilhada por um responsável da empresa durante uma audição na Comissão Europeia e está a ser citada pela Reuters. A proposta terá sido feita já no início do ano e responde ao coro de críticas dirigido ao grupo liderado por Mark Zuckerberg, pela condição imposta aos utilizadores europeus para poderem usar as redes sociais do grupo, salvaguardando a sua privacidade.
Para fazer cumprir as regras do novo Regulamento europeu dos Serviços Digitais e a proibição de usar dados pessoais para fins de publicidade direcionada, a Meta criou uma nova modalidade de acesso às suas redes sociais, sem publicidade, mas para ter acesso o utilizador tem de aceitar pagar uma mensalidade de 9,99 euros, se aceder aos serviços no PC, ou de 12,99€ se o acesso for via app. A nova opção de subscrição foi apresentada em novembro do ano passado e criticada pelo valor elevado, que também motivou queixas formais, agora em análise.
O representante da empresa garante agora que o grupo já se disponibilizou para rever o valor da subscrição para a versão sem anúncios dos seus serviços. O novo preço seria de 5,99 euros. “Disponibilizamo-nos para reduzir o preço de 9,9 euros para 5,99 euros para uma conta e 4 euros para contas adicionais”, explicou Tim Lamb, em declarações citadas pela Reuters. "Este é, de longe, o valor mais baixo razoável que qualquer pessoa deveria pagar por serviços desta qualidade e acredito que é uma oferta séria", acrescentou o responsável na audição, que serve para esclarecer as medidas implementadas pela Meta para cumprir o DMA.
Recorde-se que o acesso às redes sociais da Meta mantém-se gratuito e continuará assim para quem aceitar ver publicidade e partilhar os seus dados de navegação com os anunciantes.
A nova opção deu o mote para uma queixa da Organização Europeia do Consumidor e de 18 dos seus membros, poucos dias depois de ser conhecida. O BEUC considera que a Meta está a violar as leis de consumo da União Europeia, “ao usar práticas injustas, enganosas e agressivas”. Nestas práticas, defendia na altura a vice-diretora-geral da organização, Ursula Pachl, incluem-se bloquear parcialmente os consumidores e “forçá-los a tomar uma decisão rapidamente e fornecer informações enganosas e incompletas no processo”.
O BEUC considerou ainda que o preço da taxa de assinatura é muito elevado e mostrou receios de que os dados dos utilizadores continuem a ser recolhidos e usados para outros fins, mesmo que optem pela modalidade paga. “A este preço os utilizadores simplesmente vão consentir a monitorização da Meta”, sublinhava a responsável, quando a queixa foi apresentada.
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