A lista de tecnológicas que se juntaram ao boicote à Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia, não para de aumentar. Das operadoras de telecomunicações, às plataformas de streaming e pagamentos bancários, muitas empresas já tinham manifestado uma posição contra a guerra e cancelaram os seus serviços na Rússia. A Eletronic Arts e a Microsoft também revelaram o cancelamento das vendas no país.

No caso da EA, a editora já tinha suspendido as equipas russas e a seleção nacional russa dos jogos FIFA 22, FIFA Mobile e FIFA Online. Mas anunciou hoje novas ações, parando as vendas de jogos e conteúdos no país, nos formatos online. A medida é válida tanto para a Rússia como a Bielorrússia, que tem manifestado apoio ao Governo de Putin.

Como a indústria tecnológica “declarou guerra” à Rússia e o apoio à Ucrânia
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“Tomámos a decisão de parar as vendas e conteúdo enquanto o conflito continuar”, disse a EA numa entrada no seu blog. Todo o conteúdo disponível tanto nas lojas dos jogos, como a sua plataforma Origin e aplicação EA app foi suspenso. “Estamos a trabalhar com os nossos parceiros de plataformas para remover os jogos das lojas e parar as vendas dos conteúdos nas referidas regiões”. A empresa disse que continua a avaliar outras áreas dos seus jogos e operações, podendo mesmo tomar mais medidas no futuro. A polaca CD Projekt RED também já tinha cancelado as vendas nos respetivos países.

A Microsoft também anunciou no seu blog a suspensão de vendas de produtos e serviços na Rússia. Além disso, a gigante tecnológica disse que está a trabalhar em coordenação com os governos dos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido de forma a parar vários aspetos dos seus negócios na Rússia, de forma a cumprir as sanções impostas ao Governo de Putin.

“Acreditamos que a forma mais eficaz de ajudar a Ucrânia é a coordenação com os passos dados e decisões dos governos e daremos passos adicionais à medida que a situação se desenrole”. A Microsoft diz que o seu papel com maior impacto é ajudar as forças de cibersegurança da Ucrânia a defenderem-se dos ataques da Rússia, incluindo o mais recente ciberataque à maior emissora ucraniana.

A empresa diz que continuará a mobilizar os seus recursos para ajudar o povo da Ucrânia, mais concretamente as suas áreas filantrópicas. Salienta ainda uma atenção especial aos seus colaboradores do país, procurando suportá-los e mantendo contacto constante com as equipas.

O Web Summit também se manifestou contra o conflito, anunciando que em solidariedade com a Ucrânia, irá também alinhar-se com as sanções anunciadas pelos governos. Nesse sentido, tanto a Rússia como a Bielorrússia ficam proibidas de participar no evento tecnológico. E isso inclui todos os membros do governo, agências, imprensa controlada pelo Estado, negócios financiados pelo governo e respetivas empresas de participar no Web Summit. Todos os negócios russos, públicos ou privados, deixam de poder ser representados na cimeira tecnológica. “Na situação atual, não iremos receber nenhuma organização russa ou bielorussa em Lisboa em novembro”.

Nota de redação: Foi acrescentada a posição da Web Summit. Última atualização 19h02.