O mais recente relatório eGovernment Benchmark revela que, no que toca aos serviços públicos digitais, a confiança no Governo é um fator cada vez mais importante para os cidadãos europeus.

O estudo realizado pela Capgemini e publicado pela Comissão Europeia demonstra que Malta, Estónia e Áustria são os países europeus cujos serviços públicos digitais apresentam mais maturidade nos quatro aspetos principais analisados. De um modo geral, os países do sudeste da Europa apresentam pontuações abaixo da média europeia em relação ao foco nos utilizadores, na transparência, na mobilidade transfronteiriça e na implementação de diretivas.

Pontuações médias dos países europeus no que toca aos serviços públicos digitais
Pontuações médias dos países europeus no que toca aos serviços públicos digitais

O fosso entre os países que lideram e os que apresentam mais atrasos na adoção dos serviços públicos digitais tem vindo a diminuir, passando dos 50% verificados entre 2012 e 2015 para 42%. Contudo, o estudo indica que será necessária uma maior atenção por parte da União Europeia para continuar a avançar.

Por um lado, o foco nos utilizadores atingiu uma média europeia de 85%, demonstrando que as administrações têm vindo a estar atentas às necessidades e preferências dos utilizadores. Por outro, a mobilidade transfronteiriça situa-se nos 53%, algo que indica que diversos cidadãos não conseguem aceder com sucesso a serviços de eGovernment quando estão noutro país.

O relatório indica que as áreas da transparência e da implementação de diretivas à semelhança da eIDAS (Identificação Eletrónica Autenticada e Serviços de confiança) necessitam também de um maior desenvolvimento.

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No que respeita à adoção dos serviços de eGovernment a média aumentou para 57%. Já a digitalização da administração pública registou um aumento de 5% desde 2018, situando-se agora nos 68%. A nível de performance, Portugal é um dos países que se destaca pela transformação digital de serviços públicos.

A confiança assume-se como um fator cada vez mais importante no acesso à Administração Pública Eletrónica. O estudo demonstra que há uma maior probabilidade de os cidadãos os utilizarem quando confiam que o governo do seu país providencia serviços públicos digitais, não só de qualidade, mas também seguros. Porém, os investigadores chegaram à conclusão de que a vasta maioria dos websites de serviços de eGovernment não está suficientemente preparado para lidar com ciberataques.