Em declarações à agência Lusa, o responsável em Portugal da CIONET, comunidade de executivos seniores digitais e de Tecnologias de Informação e Comunicação de todo o mundo, refere que estas são as duas principais razões pelas quais temos assistido nos últimos meses a diversos ciberataques a empresas e organismos públicos, o último dos quais aconteceu hoje à Segurança Social.
Para Rui Gonçalves, a primeira dimensão prende-se com uma questão educacional, sublinhando que em Portugal falta uma “estratégia educacional” nacional junto das empresas e organismos públicos, no sentido de informarem e sensibilizarem os funcionários para o respeito pelas orientações de segurança, com vista à proteção dos sistemas informáticos.
“[O desrespeito dessas orientações] é a abertura de uma porta para a intrusão e para um conjunto de possíveis ataques”, adverte o responsável da CIONET em Portugal. Rui Gonçalves apela a que os funcionários utilizem diariamente as tecnologias dos locais onde trabalham apenas e exclusivamente dentro “dos ecossistemas” das respetivas empresas e não para outro qualquer uso.
A outra vertente prende-se com o investimento que o responsável defende que deve existir por parte das empresas e dos organismos públicos no sentido de “robustecer” os sistemas e torna-los mais eficazes e resistentes a ciberataques.
Nesse sentido, Rui Gonçalves lamenta o facto de, por exemplo, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não contemplar uma linha de apoio às Pequenas e Médias Empresas para que estas pudessem investir no reforço da segurança dos respetivos sistemas informáticos e de segurança.
Em outubro, uma delegação da organização CIONET Portugal foi recebida, em audiência oficial, pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, para apresentar propostas para “minimizar, ou mesmo mitigar riscos relacionados com a cibersegurança.
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