
Em dezembro do ano passado, a Parker Solar Probe fez a sua maior aproximação ao Sol, a uma distância de 6,1 milhões de quilómetros. À medida que navegava pela atmosfera exterior, conhecida como a coroa solar, a sonda recolheu um conjunto de dados através dos seus instrumentos.
Recolhidas através do instrumento WISPR (Wide-Field Imager for Solar Probe), as imagens revelam não só a atmosfera exterior, mas também estruturas no vento solar, o fluxo constante de partículas carregadas que se espalha pelo sistema solar e pode dar origem a fenómenos como auroras, interferências em sistemas de GPS e, em casos extremos, falhas em redes elétricas.
As imagens captadas pelo WISPR dão aos cientistas uma nova visão sobre o que acontece ao vento solar pouco depois de ser libertado pela coroa solar. Através delas é possível observar a fronteira onde o campo magnético do Sol muda de direção, mas também a colisão entre múltiplas ejeções de massa coronal pela primeira vez em alta resolução.
“Nestas imagens estamos a ver ejeções de massa coronal a acumularem-se umas sobre as outras”, detalha Angelos Vourlidas, cientista responsável pelo WISPR no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, citado em comunicado da NASA.
Segundo os cientistas, as colisões podem alterar a trajetória das ejeções de massa coronal e torná-las ainda mais perigosas. “Estamos a usar estes dados para perceber como é que as ejeções se fundem, o que pode ser importante para compreender o clima espacial”, realça.
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Os dados recolhidos pela Parker Solar Probe mostram que, ao contrário do que se pensava, o vento solar não é um fluxo suave e constante quando se liberta da coroa solar.
A sonda identificou campos magnéticos que se dobram abruptamente sobre si próprios, numa espécie de zigzag. Este fenómeno, conhecido como “switchbacks” pelos cientistas, pode estar ligado à aceleração do vento solar.
Em 2021, a Parker Solar Probe já tinha verificado que a fronteira da coroa solar era menos uniforme e mais complexa do que se pensava. Já em 2024, os dados da sonda revelaram que os “switchbacks” surgem em zonas específicas da superfície do Sol. Os cientistas acreditam que estas zonas podem ser responsáveis por libertar o vento solar mais rápido.
Mas o vento solar lento continua a intrigar os investigadores. Este tipo de vento assume um papel particularmente relevante, uma vez que pode dar origem a tempestades solares moderadas, com efeitos semelhantes aos das ejeções de massa coronal mais intensas, ao interagir com outras correntes de partículas.
As observações feitas através da sonda permitiram confirmar a existência de dois tipos de vento solar lento, um com pequenas variações magnéticas e outro mais estável, que podem ter origens diferentes.
Na sua órbita atual, a Parker Solar Probe vai continuar a recolher dados adicionais e, em setembro deste ano, a sonda vai fazer uma nova passagem a 6,1 milhões de quilómetros da superfície solar.
Clique nas imagens para saber mais sobre a missão da Parker Solar
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