O mais recente estudo do observatório do Centro Nacional de Cibersegurança revela que os portugueses estão pouco preocupados com o discurso de ódio ou extremista que encontram online. A baixa percentagem de inquiridos que demonstra pouca reação perante situações de cibercrime é um dos destaques do relatório que comparou as atitudes nacionais no que toca à segurança online com as dos restantes países da União Europeia.

Para a vasta maioria dos inquiridos, a pornografia infantil (85%), a fraude bancária (78%) e o roubo de identidade (75%) são os crimes considerados mais graves, revela o estudo. Já os materiais online que promovem o ódio racial ou o extremismo religioso são os que menos preocupam, sendo que apenas 46% os consideram como um crime muito sério, em comparação com os 61% de inquiridos da União Europeia que manifestam a mesma opinião.

Cibercrimes que mais preocuparam os Portugueses e os restantes membros da UE em 2018.
Cibercrimes que mais preocuparam os Portugueses e os restantes membros da UE em 2018.

Em Portugal, existe uma crescente preocupação com a cibersegurança, em especial com a proteção dos dados pessoais, uma área que viu um aumento de 21% entre 2014 e 2017, atingindo em 2018 os 49%.  O estudo revela que 73% dos indivíduos questionados evitam revelar informação pessoal online.

Contudo, 52% dos inquiridos indicam não se sentir bem informados quanto ao risco de cibercrime. Embora 75% dos indivíduos indiquem sentir-se preocupados com software malicioso, apenas 24% afirmam ter um sistema de segurança no seu smartphone.

No que diz respeito ao uso de passwords, existe pouca mudança de comportamento, apesar das preocupações: 13% dos portugueses usam credenciais de acesso diferentes para diversos websites, 12% optam por torná-las mais complexas do que no passado e 16% alteram-nas regularmente.

A educação e a sensibilização da população para a temática da cibersegurança é outra das áreas em análise pelo estudo. Em Portugal, existem cinco cursos técnicos superiores profissionais, uma licenciatura, sete mestrados e um doutoramento. Além disso, o número de alunos inscritos e diplomados neste tipo de cursos atingiu os 361 no ano letivo 2017/2018.