O número de ataques de DDoS aumentou nos primeiros três meses do ano, registando um pico significativo em plataformas educativas e administrativas. A conclusão é da Karspersky, que sugere que a pandemia de COVID-19 pode, mais uma vez, ajudar a explicar esta situação, com a possibilidade de o crescimento estar relacionado com o facto de os hackers estarem a tirar partido do contexto atual.

De acordo com o relatório da Karspersky, registou-se um "crescimento acentuado" deste tipo de ataques. O número triplicou em comparação com o mesmo período em 2019, com a percentagem a corresponder a 19% em relação ao número total de incidentes registados ao longo do trimestre. Os especialistas da empresa sugerem que este interesse crescente dos hackers é causado pelo aumento do número de pessoas dependentes de recursos online em plena pandemia.

Ataques DDoS em 2019 e 2020
Fonte: Karspersky

Durante os primeiros três meses do ano, o Kaspersky DDoS Protection detetou e bloqueou o dobro do número de ataques registado no último trimestre de 2019 e 80% mais em comparação com o primeiro trimestre de 2019. Por outro lado, a duração média dos ataques também cresceu, já que demoraram mais 25% no primeiro trimestre de 2020 face ao mesmo período do ano passado.

Portugal também não escapou a esta tendência. No final de abril, a Polícia Judiciária deteve um jovem de 19 anos por ataques de DDoS a entidades públicas e privadas. Na altura, e em declarações ao SAPO TEK, o Dr. Carlos Cabreiro, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, confirmou que a detenção do jovem estava ligada ao grupo Cyberteam, o mesmo que terá acedido a milhares de endereços de email e respetivas palavras-passe de entidades públicas, governamentais, operadores de telecomunicações como a Altice Portugal, polícia, bancos, partidos, Segurança Social e até clubes de futebol, com alusão à "revolução dos cravos" do 25 de abril.