A Polícia Judiciária, através da sua Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime abriu, apenas no último ano, 64 inquéritos focados na abordagem e aliciamento de crianças através das redes sociais. A informação foi dada pela Inspetora-Chefe Carla Costa em entrevista à TSF, sublinhando que apesar dos pais sentirem que os seus filhos fechados no quarto estão seguros, estes podem estar expostos aos predadores sexuais, “estando mais expostos e abandonados do que se estivessem na rua”, afirma.
Segundo a publicação, o Facebook e o WhasApp são as plataformas com mais casos registados e utilizados para chantagem prolongada às vítimas. Muitas vezes os jovens aliciados não dão conta que do outro lado não está alguém da sua idade, mas sim um adulto. Carla Costa sublinha que uma vez na posse de imagens comprometedoras, esses predadores chantageiam os jovens, exigindo mais fotografias e vídeos de cariz sexual.
Apesar de algumas situações acabarem por ser detetadas pelos pais das crianças e reportadas às autoridades, alguns dos abusos sexuais e encontros acabam mesmo por acontecer. A Inspetora-Chefe salienta que há uma clara falta de acompanhamento dos pais na utilização da internet, revelando que algumas situações começam numa simples mentira, como a verdadeira idade da criança. Facto complementado com a cumplicidade dos pais, que reconhecem essa mentira, não respeitando a idade mínima para registo na rede social.
Para ter uma conta no Facebook, as crianças necessitam de ter pelo menos 13 anos e no WhatsApp 16 anos, levando os pais a permitir que os filhos se registem nas redes sociais, a maior parte das vezes para facilitar a comunicação entre si. O problema está na falta de controlo na utilização pelos menores. Carla Costa salienta que por vezes uma simples conversa e alertas dos perigos podem ser eficazes, mas sobretudo, os pais devem utilizar as ferramentas de controlo parental para acompanhar as pesquisas e histórico do que os filhos fazem nas redes sociais.
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