"Todos os governos da União devem lutar para alcançar a soberania tecnológica", disse Mikhail Mishustin, destacando tratar-se de uma questão "fundamental" para a segurança de importantes infraestruturas e para o desenvolvimento da economia.

O primeiro-ministro russo acrescentou que os atuais produtos tecnológicos são suficientes, mas alertou que o respetivo acesso "pode ser perdido a qualquer momento".

"A ausência de soluções de desenvolvimento [tecnológico] ou de alternativas, levará a um atraso crónico em relação ao resto do mundo", alertou Mikhail Mishustin.

O chefe do executivo russo admitiu que nenhum dos cinco países que compõem a UEE - Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia - tem um mercado consumidor suficientemente grande para suportar o desenvolvimento de tecnologias de ponta.

"Mas, com base na cooperação, somos capazes de alcançá-lo", enfatizou.

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Por sua vez, o primeiro-ministro do Cazaquistão, Alihan Izmailov, propôs a criação de um "centro de competência digital", com sede em Almaty, que poderá tornar-se tornar uma "plataforma para a implementação de grandes iniciativas digitais no âmbito da UEE".

Na sequência da invasão da Ucrânia os Estados Unidos e a União Europeia impuseram bloqueios económicos à Rússia e aos países aliados, e isso estende-se também à tecnologia, o que limita o desenvolvimento de produtos e serviços.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a larga maioria das empresas tecnológicas abandonaram o mercado russo, deixando de ter escritórios e mesmo negócios no país, o que também criou oportunidades para as empresas locais.