Entre as notícias que somam despedimentos nas empresas devido à integração de ferramentas de Inteligência Artificial e os estudos que apontam o potencial de criação de novos empregos, continua a haver muita incerteza sobre o futuro e o impacto que a tecnologia vai ter, em especial nos programadores. Mas no SAP TechEd a mensagem é de confiança na necessidade de manter os developers numa posição de controle, mesmo usando todas as ferramentas de vibe coding, low coding e agentes de IA que simplificam as tarefas.

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Muhammad Alam, SAP Product & Engineering defendeu mesmo que “os melhores programadores são os mais preguiçosos” e que a SAP que dar as ferramentas para serem ainda mais preguiçosos, mas mais eficientes. O gestor está no lugar certo para falar sobre o tema. Embora esteja há pouco tempo na SAP, e este seja o primeiro TechEd em que participa fisicamente, esteve antes 17 anos na Microsoft,  onde era vice presidente do Dynamics 365.

No TechEd destacou a forma como os novos modelos desenvolvidos pela SAP vão facilitar a vida dos programadores, numa altura em que a profissão está a enfrentar uma enorme mudança, com muitos a apontarem para a irrelevância dos developers face a modelos de IA e agentes que podem escrever código de forma mais rápida. “São tempos muito interessantes. A profissão de developer está a atravessar uma grande mudança e estamos a fazer história e definir como vai evoluir no futuro”.

No centro da preocupação geral está a utilização destes agentes inteligentes que estão a ser integrados nas plataformas e que podem executar tarefas, validar processos e funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Reconhecendo que “os developers vão ver o seu papel transformado pela IA primeiro do que outros profissionais”, Muhammad Alam recusou a ideia de que se vão tornar irrelevantes.

“Há ainda tanto software para desenvolver […] há um backlog imenso”, afirma, adiantando que tem 4 mil pessoas a desenvolver código na sua equipa mas que tem espaço para 200 mil. “Há muita ambição”, afirma.

Para o executivo, os agentes e as ferramentas de desenvolvimento baseadas em IA vão permitir acelerar as tarefas, libertar os developers para novas funções de maior valor e permitir maior produtividade.

Para isso haverá a necessidade de mudar funções, e ajustá-las a um novo modelo. “Não é um ‘one size fits all’”, explica, admitindo que será necessário olhar para os enquadramentos atuais, de Agile, DevOps, e fazer mudanças. “Hoje estamos a pensar como ter as ferramentas para tornar o desenvolvimento mais inteligente […] É a fábrica do futuro”, sublinha, afirmando que os agentes inteligentes contribuem para essa organização, retirando alguns bloqueios e multiplicando a velocidade de processos.

Mas apesar da automação, “9 em cada 10 empresas vão querer manter os humanos no processo”, sendo que à medida que se constrói a confiança para um conjunto de ferramentas que permitem executar autonomamente diferentes funções, com uma taxa de sucesso que seja considerada confortável, esse número vai mudar.

Internamente a SAP está a fazer vários pilotos com as equipas a usarem estes agentes e Muhammad Alam diz que os resultados são fenomenais, com aceleração em cada sprint. “As ferramentas permitem produzir aplicações e extensão a um ritmo muito mais rápido do que [os developers] poderiam fazer individualmente” e a SAP está também a garantir a interoperabilidade e a abertura à utilização de outras plataformas.

E uma coisa é certa, estas mudanças já estão a acontecer e não vão demorar muito a generalizar-se.

Nota da Redação: O TEK Notícias viajou para o SAP TechEd 2025 a convite da SAP.

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