Apesar de não realizar a E3 este ano, prometendo a realização do evento em 2023 em formato presencial e digital, a ESA manteve o seu calendário de publicação do relatório anual sobre a indústria de gaming. Intitulado “Essential Facts About the Video Game Industry”, o relatório foca-se no mercado dos Estados Unidos, salientando que 66% dos americanos (mais de 215 milhões de pessoas de todas as idades) jogam videojogos regularmente. Três quartos dos jogadores têm mais de 18 anos, sendo a idade média de um gamer 33 anos.

Entre todas as idades, já existe quase um equilíbrio de jogadores masculinos (52%) e femininas (48%). O relatório refere que os videojogos se tornaram parte valorizada da vida de muitas pessoas, sendo que nove em cada 10 jogadores disseram que gastam tanto ou mais tempo a jogar agora, quanto o fizeram durante o pico da pandemia.

A ESA afirma que 97% de todos os americanos têm noção dos benefícios do gaming: 93% concordam com a diversão gerada a jogar; 91% considera positiva a estimulação mental; e 89% diz que os jogos garantem alívio de stress. Além disso, o gaming desenvolve melhorias na vida, sendo que 82% referem a resolução de problemas; 63% a resolução de conflitos; e 61% o desenvolvimento de liderança. Outras estatísticas apontam que os videojogos ajudam a desenvolver diversas habilidades: cognitivas (88%), criativas (86%), trabalho de equipa e colaboração (86%) e comunicação (63%).

Veja na galeria os dados do estudo da ESA

O relatório afirma que os videojogos ajudam as famílias e amigos a manterem-se conectados. 61% dos jogadores disseram que os videojogos ajudaram a manterem-se conectados com a família e 77% dos pais jogam regularmente com os seus filhos. Dos que jogam com os filhos, 66% afirma que o fazem por diversão e 56% diz que é uma oportunidade de socializarem com os seus pequenos.

88% dos jogadores acreditam que os videojogos podem unir diferentes tipos de pessoas e 83% concorda que criam um sentido de comunidade. Também 83% dos inquiridos afirmam que os videojogos introduzem pessoas a novos amigos e relações, sendo que 46% responderam que conheceram um bom amigo, um cônjuge ou alguém importante através do gaming.

Respondendo às questões do isolamento e falta de exercício, o relatório diz que os jogadores de videojogos têm a mesma probabilidade de participar em atividades de desporto e fitness, de 34% para gamers e 37% para não gamers; e nas atividades ao ar livre, 24% dos jogadores contra 23% de não jogadores. Por outro lado, os gamers têm maior probabilidade de participar em hobbies criativos (33%) do que aqueles que não jogam (22%).

Sobre o tempo despendido a jogar, a média é de 13 horas por semana, sendo que 41% desse tempo é investido a jogar com outros, 25% online e 16% em multijogador local. 56% dos jogadores jogam com amigos, 35% com o cônjuge, 32% com outros membros da família, 43% apenas online com amigo (em 2021 foi registado 23%), 25% com os filhos e 7% com os seus pais.

ESA: Essential Facts About the Video Game Industry
ESA: Essential Facts About the Video Game Industry Fonte: ESA

Nos hábitos de consumo, o relatório aponta que 70% dos jogadores jogam nos smartphones, 52% nas consolas, 43% no PC e 26% nos tablets. Os equipamentos de realidade virtual são utilizados por 7%. Relativamente a múltiplas plataformas, 60% dos jogadores têm diferentes equipamentos para jogar; 36% jogam em consolas e mobile, 32% em PC e mobile, 23% em PC e consolas, e 20% em mobile, PC e consolas.

Apesar de abraçar o gaming nas suas vidas, as famílias têm regras definidas e 92% obrigam as crianças a pedirem permissão para gastar dinheiro a fazer compras dentro dos jogos. 82% dos jovens são obrigados a pedir permissão antes de começar a jogar um novo jogo. 79% dos jovens têm regras do tempo que passam a jogar e o horário para o fazer. E 76% dos pais dizem que as suas crianças necessitam de pedir permissão para comunicar com outros online.

Utilizando como fonte dados do NPD Group, o relatório destaca que em 2021, o mercado de gaming nos Estados Unidos gerou 60,4 mil milhões de dólares, sendo que 51,7 mil milhões de dólares foi da venda de jogos e conteúdos, 6,1 mil milhões de dólares em hardware e 2,7 mil milhões foi gasto em acessórios. O total de 2020 foi de 56,1 mil milhões e de 2019 foi de 43,4 mil milhões de dólares.

Os jogos mais bem-sucedidos em PC e consolas foram Call of Duty: Vanguard, Call of Duty: Black Ops: Cold War e Madden NFL 22, ao passo que no mobile o Candy Crush Saga, Roblox e Coin Master geram mais receitas.