Em 2019 foram produzidos 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrónico. O número é avançado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), uma organização das Nações Unidas, no âmbito do relatório anual de monitorização, Global E-Waste Monitor.
O documento prevê que o valor de lixo eletrónico atinja as 74 milhões de toneladas em 2030, o que representaria um aumento de 100% face ao registo de 2014. Note que, para as contas, são contemplados todos os aparelhos com bateria, ou ligação à tomada, que são descartados.
Estes valores tornam o lixo eletrónico no lixo doméstico que mais cresce em volume. A ONU afirma que o crescimento está diretamente ligado ao consumo de equipamentos eletrónicos - que é cada vez maior - aos curtos ciclos de vida dos aparelhos e às opções de reparação, que são poucas para a dimensão do mercado.
O volume é ainda mais preocupante quando levamos em conta a percentagem de lixo eletrónico que foi recolhido e reciclado em 2019 (cerca de 17,4%). Isto significa que existe uma imensa quantidade de metais preciosos, como prata, ouro e platina, que são despejados ou queimados em vez de tratados e reutilizados.
A Ásia, com 24,9 milhões de toneladas, foi o continente que mais lixo eletrónico gerou. Seguiu-se o continente americano, com 13,1 milhões, a Europa, 12 milhões, a África, 2,9 milhões e a Oceânia 0,7 milhões de toneladas. Para efeitos de comparação, a ONU esclarece que o lixo produzido em 2019 pesava tanto quanto 350 cruzeiros Queen Mary 2, o que seria suficiente para formar uma fila com 125 quilómetros de comprimento.
O lixo eletrónico é nocivo para o meio ambiente, dado que contém aditivos tóxicos. Mas importa ainda sublinhar que a gestão adequada de lixo eletrónico pode ajudar a mitigar os efeitos do aquecimento global, uma vez que os aparelhos que são descartados para o ambiente também emanam gases poluentes para a atmosfera.
No início deste ano, a Comissão Europeia avançou com um plano que tem o objetivo de estimular o desenvolvimento de aparelhos eletrónicos mais fáceis de reparar, de forma a reduzir a quantidade de e-waste produzida. Neste capítulo, já tinha sido também aprovada uma lei que impunha a existência de um carregador único para smartphones, tablets e outros dispositivos.
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