A Levi's firmou uma parceria com uma empresa especializada em criar manequins digitais artificiais. A gigante norte-americana explica que vai recorrer a estes "bonecos" para complementar os modelos humanos que contrata para vestir as suas roupas.
A Lalaland.ai é a outra parte responsável por este projeto. A startup holandesa foi fundada em 2019 e tem como missão "contribuir para tornar a indústria da moda num sector mais inclusivo". Com este seu produto, a marca permite-nos ver diferentes peças de roupa disponíveis numa dada loja online, vestidas num conjunto potencialmente infinito de corpos virtuais. Estes são gerados com a ajuda de uma IA e podem apresentar qualquer tipo de fisionomia, idade, tamanho e tom de pele.
A Levi's apresenta esta aposta como um esforço para tornar a sua marca mais inclusiva, mas o argumento está a ecoar pelas piores razões, uma vez que gerar modelos de forma artificial causa um impacto bastante menor do que contratar e pagar modelos reais cujas oportunidades de trabalho podem já ser poucas. Se a concorrência for agora estendida a soluções virtuais infinitas, que podem ser moldadas ao detalhe, o panorama fica ainda mais complicado.
A este episódio junta-se o facto de a Levi Strauss ter iniciado uma vaga de despedimentos que deverá impactar mais de 800 trabalhadores, cerca de sua 20% da massa corporativa. O plano faz parte de uma estratégia de reestruturação cujo objetivo é poupar entre 75 a 100 milhões de dólares à empresa.
A Levi's afirma que a "IA nunca chegará a substituir modelos humanos, na totalidade", mas complementa a frase com um "muito provavelmente" que destaca o facto de estarmos ainda numa fase inicial do advento destes modelos generativos.
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