Em 2011 a Google lançou o seu primeiro Chromebook, revelado pelo próprio CEO da empresa, Sundar Pichai. A ideia era oferecer um portátil rápido e seguro, apostando sobretudo na tecnologia de cloud. A empresa criou um sistema operativo para o portátil, o ChromeOS, facilitando o acesso às ferramentas e ficheiros em qualquer equipamento.
Conseguir um arranque em menos de 10 segundos e estar sempre protegido (John Maletis disse que a Google nunca registou um vírus num Chromebook), foram alguns dos pontos de destaque dos computadores, resultando numa certificação que outras fabricantes adotaram para esta gama de equipamentos.
Na criação do Chromebook original, a Google observou problemas nos modelos convencionais suportados por Windows que procurou solucionar: utilizadores que perdiam o trabalho, o tempo de espera a arrancar o sistema, além das atualizações de segurança, que no caso destes produtos obrigam a atualizações semanais durante 10 anos.
Veja na galeria os primeiros modelos de Chromebook Plus a chegarem ao mercado:
Outro problema na compra de um portátil identificado pela Google é a complexidade da oferta, das especificações, obrigando a longos scrolls de páginas nas lojas online. O que procuram as pessoas quando adquirem um novo portátil? Na sua investigação, a Google chegou à conclusão que é preciso que corra sem problemas, seja fácil de usar, que tenha ferramentas para fazer os seus trabalhos, que melhore com o tempo, que emparelhe facilmente com o smartphone e não menos importante, que tenha um preço acessível.
Este contexto do primeiro Chromebook foi feito para apresentar a evolução dos equipamentos, agora fortemente suportados por inteligência artificial. A Google apresentou assim o Chromebook Plus, destacando-se o dobro da memória e espaço de armazenamento. John Maletis, responsável por produtos ChromeOS da Google, explicou numa apresentação antecipada e com embargo, que o SAPO TEK assistiu, que o novo portátil Chromebook não pretende vender apenas uma máquina e software, mas um híbrido feito de “bits e átomos”, uma mistura de hardware e aplicações que o transforma no Plus.
Stella Shannon, gestora de produto da Google, destaca o valor dos Chromebooks para os utilizadores durante anos, pelo preço em relação a performance dos equipamentos. Em comparação com outros portáteis, um Chromebook demora 3 minutos desde que se tira da sua caixa até carregar uma página, comparado com os 24 minutos dos modelos convencionais. Do modo Sleep para website demora 20 segundos contra os mais de 60 segundos dos outros computadores e consegue durar mais 33% de bateria em modo de visionamento de vídeo que outras propostas.
Novos requisitos mínimos para o Chromebook Plus com a IA no centro das operações
A fabricante diz que os Chromebooks Plus têm novos requisitos mínimos para a certificação, com o dobro da velocidade de processamento, com a ajuda da Intel e AMD. Também dobrou a memória RAM para 8 GB e o armazenamento interno para 128 GB. A resolução da webcam é agora de 1080p, igualmente o dobro dos anteriores. Os ecrãs também têm de ter uma resolução mínima de 1080p.
Do lado do software, os novos Chromebooks têm uma nova linguagem visual, um design mais simples e familiar. Há uma grande aproximação ao ambiente Android. A interface é mais personalizada pelos utilizadores, a nível dos wallpapers, por exemplo. As principais ferramentas e aplicações da Google estão agora em destaque, desde o Drive integrado com os ficheiros, o Gmail, o Photos agora integrado com a câmara.
A Google pretende que os Chromebooks Plus tenham os smartphones como os seus “melhores amigos”, por isso, todos os equipamentos estão sempre sincronizados, através do Nearby Share, por exemplo. Todos os computadores desta certificação têm a aplicação direta de telefone.
A IA é agora o cérebro dos novos portáteis da Google. Tem mais de 30 modelos de IA introduzidos no sistema, a trabalhar em fundo para melhorar a duração da bateria ou para ajudar na pesquisa, na acessibilidade e outras ferramentas. As ferramentas de IA vão também tornar a webcam melhor durante as videoconferências, desde melhores condições de iluminação ou qualidade de áudio dos intervenientes.
O Magic Eraser do Google Photos está também presente no novo Chromebook. Os utilizadores podem editar rapidamente as suas fotografias, apagando elementos intrusivos sem dificuldade. O sistema de sincronização de ficheiros também tem IA a priorizar os ficheiros que considera serem mais importantes para que o utilizador não perca tempo e possa dedicar-se a outras tarefas.
O sistema AI Magic vai chegar no próximo ano ao Chromebook Plus. Esta ferramenta vai compreender o contexto do que se está a escrever e ajudar os utilizadores a escrever mais rápido. O sistema poderá ser vantajoso para criar sumários e listar os pontos importantes do texto para organizar a informação. Vai também ajudar a gerir as suas tarefas entre todas as aplicações e equipamentos. Outra função inteligente é ajudar o utilizador a gerar wallpapers únicos para o equipamento, uma tecnologia herdada do Material You do Android.
Quatro fabricantes e nove modelos iniciais com o selo Plus
A acompanhar os novos Chromebooks Plus, a Google estabeleceu novas parcerias. Para o gaming, conta com o serviço Nvidia GeForce Now para jogar em cloud ou a possibilidade de ter Minecraft, que agradará aos utilizadores mais novos. A Google diz ainda que tem trabalhado com a Valve para desenvolver uma versão do Steam para a experiência Chromebook e espera partilhar novidades em breve na sua expansão ao gaming.
Espera-se a introdução da Lumafusion, uma aplicação de edição de vídeo. A Adobe juntou-se também à Google para introduzir as suas ferramentas Photoshop “on the web” e Adobe Express para os Chromebooks Plus, oferecendo três meses de subscrição de teste. O Adobe Firefly, o sistema de IA para as imagens está também disponível no computador portátil.
O preço começa em 449 euros para os Chromebooks Plus e conta já com nove modelos de marcas como a Acer, Asus, Lenovo e HP, sendo que são quatro versões com variações de 14 e 15 polegadas. A Lenovo é a única que tem uma versão para gaming. Todos os modelos cumprem os requisitos mínimos de 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno e a maioria chega a Portugal a partir de dia 9 de outubro.
A Acer tem dois modelos, com destaque para o Plus 514, com um ecrã de 14 polegadas, alimentado por um processador AMD Ryzen 3+. Este modelo custará 479 euros e o de 15 polegadas 499 euros. O Chromebook Plus CM34 Flip da Asus é um convertível que pode ser usado como tablet ou em forma de tenda. A Asus conta com outro portátil convencional de 14 polegadas, o CX 34 14 alimentado por um processador Intel Core i3, este segundo por um preço de 449 euros.
A HP e a Lenovo também têm a mesma oferta da Asus, com a introdução de um notebook convencional e uma versão convertível em tablet. O convertível da HP tem 14 polegadas e o portátil tem 15,6 polegadas. No entanto, a Lenovo é a única marca que não terá os seus modelos Chromebook Plus disponíveis em Portugal neste período de lançamento. No entanto, é a única fabricante que avançou para já com uma proposta de gaming, o IdeaPad Gaming Chromebook Plus com 16 polegadas e algumas características adicionais para quem joga videojogos.
John Maletis afirma que não tem modelos produzidos diretamente porque está satisfeita com as parcerias das fabricantes e prefere abraçar as inovações que cada uma está a introduzir nas suas propostas. Foi ainda esclarecido que o lançamento dos Chromebook Plus não pretende substituir a primeira geração e esses modelos vão continuar a ser lançados para utilizadores que necessitem de portáteis de linha de entrada. O Plus serve para expandir as necessidades dos utilizadores mais exigentes, dentro deste ecossistema.
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