Os Estados Unidos estão a considerar a hipótese de limitar o fornecimento de componentes usados no fabrico de processadores a empresas na China. Os componentes em causa são usados para fabricar chips de memória NAND, usados em computadores, smartphones e data centers.
Cabe ao presidente Joe Biden decidir se a iniciativa avança, como refere a Reuters, que avança a notícia com base em informações fornecidas por quatro fontes próximas do assunto. O processo estará numa fase inicial, ainda sem uma proposta concreta redigida, mas o mote será, como para outras medidas aplicadas a fabricantes chineses nesta área, preocupações com a segurança nacional.
Se avançar, esta será a primeira ação americana de controlo de exportações para material eletrónico, usado para fins não militares. Acabará por ser também uma forma de proteger fabricantes norte-americanos com atividade na mesma área, como a Western Digital e a Micron Technology que, em conjunto, controlam cerca de um quarto do mercado mundial de memórias NAND.
Um dos grandes concorrentes chineses das duas companhias norte-americanas é a YMTC (Yangtze Memory Technologies), que à custa de uma estratégia de preços baixos tem conseguido roubar quota de mercado às concorrentes americanas. Num relatório da Casa Branca de 2021, a empresa é citada como beneficiária de 24 mil milhões de dólares em subsídios do governo chinês, desde que foi fundada em 2016.
Dados da Yole Intelligence indicam que a YMTC controla neste momento 5% do mercado mundial de memórias NAND. Na China estará já 23% da produção mundial destes chips, contra 14% em 2019. De fábricas nos Estados Unidos sai 1,6% da produção mundial de memórias NAND, já que a maioria das empresas com atividade nesta área tem as suas fábricas noutros países.
Se a medida avançar, o objetivo será reduzir a produção destas tecnologias avançadas na China e, como tal, não serão apenas prejudicadas empresas chinesas. Podem vir a ser afetados fabricantes de outras nacionalidades com fábricas na China, como a Samsung, que tem duas fábricas no país, ou a SK Hynkx, também sul-coreana, que está a adquirir o negócio de memórias flash da Intel.
Do lado dos EUA, a medida terá como alvo, segundo as fontes da Reuters, componentes para a produção de chips avançados com mais de 128 camadas, fornecidos essencialmente por duas empresas: a LAM Research e a Applied Materials.
A Reuters não conseguiu confirmar estas informações oficialmente, mas cita um porta-voz do Departamento do Comércio dos Estados Unidos a admitir que "a administração Biden está concentrada em contrariar prejudicar os esforços [da China] para fabricar semicondutores avançados e mitigar riscos significativos de segurança nacional para os Estados Unidos".
Na mesma linha, os Estados Unidos aprovaram na semana passada um gordo pacote de incentivos à produção nacional de chips. As empresas que venham a beneficiar destes apoios vão ser proibidas de fabricar memórias NAND avançadas em determinados países estrangeiros, incluindo a China.
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