O governo norte-americano acredita que, até 2020, a China vai investir cerca de 70 mil milhões de dólares em Inteligência Artificial militar, ultrapassando largamente os 12 mil milhões previstos em 2017. Embora este número seja frequentemente proferido em discursos, levando a que muitos acreditem que os Estados Unidos estão a perder terreno em relação à China, relativamente ao mundo das aplicações militares da IA, pouco se sabe acerca da sua origem.
O mais recente relatório do Center for Security and Emerging Technology (CSET), da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, revela que as perceções norte-americanas acerca do orçamento chinês dedicado a “IA militar” não estão assim tão corretas. Os investigadores estimam que o governo de Xi Jingping “não estará a investir dezenas de milhares de dólares” na pesquisa e desenvolvimento em aplicações militares da tecnologia.
De acordo com o estudo, a maioria dos investimentos feitos em IA pelo governo chinês em 2018 não estão relacionados com aplicações militares, mas sim com o desenvolvimento de algoritmos e de estruturas inteligentes e de pesquisa em robótica. O orçamento dedicado a esta área poderá rondar entre os 1,7 e os 5,7 mil milhões de dólares. Por contraste, o orçamento dedicado à defesa em 2018 situou-se possivelmente entre os 300 milhões e os 2,7 mil milhões de dólares.
Já os Estados Unidos planeiam investir, até 2020, cerca de 4,9 mil milhões de dólares em aplicações militares da IA, significando que poderá até ultrapassar a China neste domínio, estimam os investigadores. No entanto, uma vez que existe um grande nível de incerteza em relação aos gastos do governo chinês, a equipa que realizou o estudo indica que as conclusões a que chegou não são definitivas. Os investigadores indicam também que a atual atitude dos Estados Unidos em relação ao desenvolvimento tecnológico da China, a qual é muito semelhante à que tinha em relação à Rússia no tempo da Guerra Fria, poderá ser mais prejudicial do que benéfica.
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