A utilização de tecnologias de reconhecimento facial em áreas sensíveis como a justiça criminal ou a saúde devia ser regulada, defende o AI Now Institute no seu mais recente relatório sobre o impacto da Inteligência Artificial na sociedade.
O grupo de investigação ligado à Universidade de Nova Iorque, e que conta entre os seus elementos com colaboradores de tecnológicas como a Microsoft e a Google, aconselha - neste caso o governo norte-americano - a “analisar, auditar e monitorizar” a utilização das tecnologias de inteligência artificial e de reconhecimento facial, sob pena de se começarem a desrespeitar os direitos civis básicos.
No que diz respeito ao reconhecimento facial, a proposta vai no sentido da adoção de “leis nacionais que determinem a forte vigilância, limites claros e transparência pública”.
Os autores do relatório vão mais longe e defendem que as comunidades deviam ter o direito de rejeitar a adoção de tecnologias de reconhecimento facial nas suas áreas, se acreditarem que a tecnologia pode ser usada para indevidamente discriminar ou atingir determinados indivíduos.
Os alertas do AI Now Institute surgem numa altura em que IA, machine learning e outras tecnologias “associadas” começam a ser recursos cada vez mais recorrentes para tratamento de grandes quantidades de dados ou identificação, por exemplo para vigilância e mesmo fins militares.
Já há inúmeros projetos em curso, em diferentes países: há aeroportos na Austrália a testarem reconhecimento facial para substituir passaportes e o Japão já anunciou que vai usar reconhecimento facial nos Jogos Olímpicos de 2020, para agilizar o acesso a atletas, funcionários e jornalistas aos locais dos eventos desportivos.
Na China, além da base de dados de identificação para todos os seus habitantes, haverá inclusive câmaras com reconhecimento facial que “caçam” alunos desatentos e óculos de reconhecimento facial para ajudar a polícia.
As preocupações foram reforçadas pelo próprio presidente da Microsoft, Brad Smith, que, numa intervenção pública feita esta quinta-feira, defendeu a importância da criação de “regras”. “Acreditamos que é importante que os governos em 2019 comecem a adotar leis para regular a tecnologia”, refere no blog da empresa.
“O génio do reconhecimento facial, por assim dizer, só está agora a sair da lâmpada. Se não agirmos, arriscamo-nos a acordar daqui a cinco anos e a descobrir que os serviços de reconhecimento facial se espalharam de formas que agravam as questões sociais. Nessa altura, estes desafios serão muito mais difíceis de resolver”, acrescenta.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
20 anos de Halo 2 trazem mapas clássicos e a mítica Demo E3 de volta -
App do dia
Proteja a galáxia dos invasores com o Space shooter: Galaxy attack -
Site do dia
Google Earth reforça ferramenta Timelapse com imagens que remontam à Segunda Guerra Mundial -
How to TEK
Pesquisa no Google Fotos vai ficar mais fácil. É só usar linguagem “normal”
Comentários