Está lançada a primeira call aos chamados TEF-Health - Testing and Experimentation Facility for Health AI and Robotics. A fase inicial de candidaturas à iniciativa europeia abriu no início do mês de fevereiro, liderada pelo consórcio português.
Previstos para mais três áreas além dos cuidados de saúde – indústria, agroalimentar e cidades inteligentes –, os TEF são uma iniciativa da Comissão Europeia com o objetivo de agilizar a certificação e testes de soluções de inteligência artificial e robótica.
A intenção é que estes centros de experimentação em larga escala ofereçam uma combinação de instalações físicas e virtuais, onde startups e PME possam obter apoio para testar, validar e demonstrar as suas mais recentes tecnologias baseadas em IA em ambientes reais. Na área da saúde, os ambientes reais serão hospitais e laboratórios de investigação e desenvolvimento.
Além de contribuírem para aumentar a eficácia, a resiliência e a sustentabilidade dos sistemas de saúde na UE, os TEF-Health também pretendem reduzir as desigualdades na prestação de cuidados de saúde e assegurar o cumprimento das normas jurídicas, éticas, de qualidade e de interoperabilidade.
O consórcio nacional é liderado pelo IPN e conta com a participação do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar de São João, no Porto, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Health Cluster Portugal e EIT Health InnoStars. A nível europeu, o projeto contempla um consórcio de 52 entidades de 10 países, sendo liderado pelo Hospital Universitário Charité, em Berlim (Alemanha).
A call lançada no dia 1 de fevereiro pelo nó português funciona só com fornecedores de serviço nacionais, mas está aberta às PME dos diferentes países que desenvolvam tecnologia de IA e robótica e as expectativas são grandes.
“Estamos na ‘frente de batalha’ do TEF-Health porque somos os primeiros a dar o passo de ver como é que isto funciona mesmo, na operacionalização da prestação de serviço por parte dos hospitais e dos outros centros para as PME”, referiu Ricardo Pires, Health Community Lead, EIT Health InnoStars, em declarações ao SAPO TEK, à margem do EIT Health Matchmaking que decorre entre hoje e amanhã na Fundação Oriente, em Lisboa.
“Aquelas que vão ser as lições aprendidas em Portugal vão passar para o resto do consórcio. Estamos aqui na linha da frente de tudo isto o que é fantástico”, acrescentou.
As candidaturas feitas são avaliadas num prazo de 45 dias, sendo aprovadas (ou não) para uma “fase de negociação” quanto ao “matchmaking” entre aquilo que as empresas têm para oferecer e o que os hospitais precisam, explicou Ricardo Pires. “Numa instância mais evoluída gostávamos que houvesse um ‘encaixe’ mais concreto com aquilo que o mercado procura”, adiantou.
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