Como avança uma investigação da Reuters, o projeto sugere que a China poderá estar a poucos anos de alcançar a independência na área dos semicondutores, bem menos do que muitos analistas antecipavam. Fontes ouvidas pela agência noticiosa descrevem a iniciativa como uma espécie de “Projeto Manhattan” da China para chips.

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“O objetivo é que a China consiga, no futuro, fabricar chips avançados em máquinas inteiramente produzidas no país”, afirma uma das fontes. “A China quer expulsar os Estados Unidos a 100% das suas cadeias de produção e distribuição”, realça. 

Ao que tudo indica, o protótipo foi concluído no início deste ano, estando atualmente em fase de testes. Segundo fontes com conhecimento na matéria, a máquina foi desenvolvida por antigos engenheiros da ASML. 

Muitos dos colaboradores do projeto são engenheiros recentemente reformados, que têm conhecimentos técnicos altamente especializados. A eles juntam-se vários jovens recém-licenciados, em particular nas equipas dedicadas a engenharia reversa.

Para manter a confidencialidade, os trabalhadores usam identidades falsas, seguindo protocolos rigorosos de segurança que impedem qualquer divulgação externa sobre o projeto.

As equipas recorreram a técnicas de engenharia reversa para replicar as máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV, na sigla em inglês) da empresa. O protótipo desenvolvido já está operacional, mas ainda não tem a capacidade de produzir chips funcionais. 

A disponibilidade de componentes de máquinas mais antigas da ASML em mercados secundários permitiu construir o protótipo, com o Governo a estabelecer como objetivo a produção de chips funcionais até 2028, embora várias pessoas próximas do projeto admitam que 2030 é uma meta mais realista.

A independência nos semicondutores é uma das prioridades do Governo de Xi Jinping. Embora os objetivos do país para esta área sejam públicos, o projeto EUV em Shenzhen foi conduzido em segredo, avançam as fontes.

O projeto está a cargo do Governo chinês, mas a Huawei desempenha um papel central na coordenação de uma rede de empresas e institutos de investigação por todo o país, envolvendo milhares de engenheiros. A fabricante estará também envolvida em todas as etapas da cadeia de produção: do design dos chips e equipamento de fabrico à integração em produtos como smartphones.

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