Para muitas gigantes tecnológicas, a inteligência artificial passou a ser uma parte essencial do “desfile” de funcionalidades de software ou hardware dos atuais lançamentos, com frequentes promessas de como a tecnologia irá revolucionar os produtos. Porém, na mais recente Apple Worldwide Developers Conference (WWDC), a empresa da maçã parece ter apostado numa abordagem diferente e embora muitas das novidades recorram a IA a tecnologia não foi usada como um argumento de “venda” principal.
Há exemplos mais claros onde a IA é utilizada, mas que lhe podem ter escapado: por exemplo, na nova capacidade de o WatchOS 7 detetar quando o utilizador está a lavar as mãos, “ouvindo” o barulho da água e “sentindo” o movimento das mãos.
Ainda a propósito do WatchOS 7, a app de Fitness do sistema operativo dos relógios inteligentes da Apple foi atualizada com a funcionalidade Sleep, que permite acompanhar o sono dos utilizadores.
Através da Sleep é possível programar quando o utilizador vai dormir ou quando quer acordar, ajudando-o a desacelerar quando chega a hora de deitar. O ecrã será desligado durante o sono e os alarmes podem ser apenas hápticos, vibrando no pulso para não incomodar as pessoas que dormem no mesmo quarto.
No que toca ao iOS 14, a IA está bem presente na aplicação de tradução feita em tempo real, que consegue funcionar mesmo estando offline graças a um sistema de machine learning. A tecnologia encontra-se também nas novas sugestões da App Library e dos alertas de som, uma funcionalidade centrada na acessibilidade que não chegou a ser mencionada em palco.
Já no iPadOS 14, a IA poderá estar presente na funcionalidade de reconhecimento de carateres escritos à mão em inglês ou mandarim. Nas câmaras de vigilância que recorrem ao sistema Home, a IA chega sob a forma de reconhecimento facial, permitindo identificar quem está à porta de casa através das fotografias do iPhone.
A abordagem da Apple poderá ser uma forma de se diferenciar das ofertas de outras empresas, tentando apelar ao lado mais “humano” da tecnologia e dando mais possibilidade à conveniência que pode trazer.
No entanto, alguns utilizadores poderão opor-se, por exemplo, à utilização das fotos que têm no seu smartphone para fins de reconhecimento facial, por mais conveniente que a funcionalidade seja. A estratégia poderá levar a que os consumidores se tornem mais desconfiados em relação à privacidade e segurança dos seus dados, algo que a Apple terá de ter em conta, em especial, se quiser manter-se longe do escrutínio de reguladores e autoridades pelos piores motivos.
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