Os dados integram o relatório Deloitte Digital Consumer Trends 2023, sendo que algumas das conclusões tinham já sido divulgadas em dezembro, com resultados que revelam a adoção das tecnologias de IA generativa mas também a utilização de smartphones, computadores portáteis e pulseiras inteligentes.
Segundo a Deloitte, 60% dos portugueses afirmam conhecer pelo menos uma ferramenta de Inteligência Artificial Generativa, sendo o ChatGPT a mais popular, e 28% dos inquiridos usam estas ferramentas "regularmente".
O estudo sobre os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais foi realizado em 17 países e Portugal está acima do Reino Unido no reconhecimento de ferramentas de IA Generativa, já que naquele país só 52% dos inquiridos revelam conhecer esta tecnologia.
A informação que foi partilhada indica que dos portugueses que conhecem a IA generativa, 68% já usaram pelo menos uma ferramenta, a larga maioria (74%) por motivos pessoais. Menos de metade (40%) recorreram às ferramentas por motivos profissionais e 31% no âmbito da educação.
As preocupações com o impacto da tecnologia fazem-se sentir nas respostas e 56% dizem acreditar que a Inteligência Artificial Generativa vai reduzir o número de empregos disponíveis no futuro, com 47% a admitirem preocupação com o facto de, no futuro, algumas das suas funções no local de trabalho virem a ser absorvidas pela Inteligência Artificial Generativa.
Entre as conclusões do estudo está o facto de dois em cada cinco inquiridos dizerem que estariam dispostos a pagar por uma ferramenta de Inteligência Artificial Generativa para dar respostas mais rápidas e estarem mais disponíveis para tarefas que exijam intervenção humana.
"Os avanços tecnológicos acontecem a uma velocidade cada vez maior, e os consumidores estão a acompanhar esta mudança. Um dos exemplos é a inteligência artificial generativa. Contudo, apesar de os dados nos indicarem que uma parte dos consumidores perdeu o interesse após a sua ‘explosão’ inicial, o potencial transformador desta inovação continua a ser motivo de entusiasmo, mas também de alguma preocupação”, afirma Pedro Tavares, partner da Deloitte.
Mais telemóveis e computadores portáteis
No estudo a Deloitte indica que a utilização de equipamentos tecnológicos continua a aumentar, nomeadamente entre os chamados wearables. 38% dos portugueses têm um relógio inteligente, e 25% têm uma pulseira fitness, revelando ainda que 77% monitorizam a sua saúde nos seus dispositivos.
O acesso a smartphones aumentou um ponto face ao ano anterior e 95% dos portugueses entre os 18 e 65 anos têm um destes equipamentos. A seguir vem o computador portátil, referido por 87% dos portugueses inquiridos no estudo.
Dados sobre as características que os portugueses mais valorizam ao comprar um telemóvel novo, além do preço, revelam que são a capacidade de armazenamento (38%), seguida da velocidade do processador (36%), as características da câmara (30%) e a duração da bateria (29%) os aspectos mais referenciados. Há ainda a indicação de que três em cada quatro inquiridos (78%) afirmam tentar reparar dispositivos que se tenham avariado antes de comprar um novo.
É também destacado aquilo que a empresa classifica como o entusiasmo que os portugueses mostram pelas soluções de identidade digital. 45% dizem que gostariam de poder utilizar o seu smartphone para aceder aos dados do seu bilhete de identidade e 42% referem a carta de condução. Quase metade (48%) usam o smartphone ou smartwatch inteligente para fazer pagamentos, uma percentagem que cresce entre os utilizadores da Apple (60%).
Menos interesse é apontado na possibilidade de partilha de dados pessoais com as autoridades. Só 28% estão dispostos a fornecer acesso ao seu histórico de navegação e 30% estariam dispostos a dar acesso a um registo digital do seu rosto, subindo para 34% o acesso à localização do seu telemóvel. Isto mesmo que este acesso significasse uma proteção mais eficaz contra fraudes.
"Em comparação com o estudo realizado no Reino Unido, os portugueses revelam se mais tímidos: 33% dos
participantes no Reino Unido mostram se dispostos a dar acesso ao seu histórico de navegação; 39% a um registo digital do seu rosto; e 41% à localização do dispositivo", refere a Deloitte.
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