No início de fevereiro, a SpaceX lançou para o Espaço mais uma remessa de 49 satélites da constelação Starlink. No entanto, deste conjunto, 40 foram afetados por uma tempestade geomagnética. Agora, um novo vídeo mostra o momento em que um dos satélites se desintegra ao reentrar na atmosfera da Terra.
Captado por uma das câmaras da Sociedade de Astronomia do Caribe (SAC) em Añasco, Porto Rico, durante a madrugada do dia 7 de fevereiro, o vídeo demonstra dois objetos, que surgem no céu com uma diferença de cerca de um minuto e que se desintegram progressivamente.
Veja o vídeo
A SAC explica que vários especialistas confirmaram que a trajetória dos satélites Starlink lançados a 3 de fevereiro coincide com a dos objetos captados no vídeo. De acordo com Marco Langbroek, um dos especialistas citados pela organização, o que foi visto no céu pode ter sido um único objeto que acabou por se dividir em dois, ou, então, dois objetos que se encontravam no mesmo plano orbital.
A SpaceX indicou anteriormente que, perante a tempestade geomagnética, a sua equipa deu instruções aos satélites para que entrassem em modo de voo seguro, minimizando a força do arrasto e protegendo-se do fenómeno.
Tendo em conta uma análise preliminar, a empresa indicou que o aumento do arrasto atmosférico a uma baixa altitude impediu os satélites de saírem do modo de voo seguro. Assim, espera-se que os satélites afetados venham a reentrar na atmosfera terrestre, desintegrando-se no processo.
Os satélites da constelação Starlink, assim como os de empresas como a OneWeb, têm vindo a preocupar a comunidade científica.
No início de fevereiro, a União Astronómica Internacional criou um centro dedicado à proteção dos céus noturnos contra a interferência de constelações de satélites. O centro é fruto de um consórcio de laboratórios, observatórios e especialistas, que procura encontrar soluções para a “poluição” do céu noturno que impede a realização de observações científicas.
Ainda em janeiro, um estudo voltou a alertar para o crescente impacto da constelação de satélites da empresa de Elon Musk nas observações astronómicas. As conclusões do estudo demonstram que 5.301 “comboios” de satélites Starlink aparecem em imagens captadas pelo observatório Zwicky Transient Facility (ZTF), nos Estados Unidos, entre novembro de 2019 e setembro de 2021.
As marcas deixadas pelos satélites são mais aparentes em observações realizadas ao amanhecer e anoitecer, alturas do dia que são importantes para a descoberta de asteroides.
No futuro, os especialistas esperam que a vasta maioria das imagens captadas pelo ZTF ao amanhecer ou anoitecer contenham pelo menos uma marca, em particular, após a constelação Starlink chegar à marca dos 10.000 satélites: um objetivo que a SpaceX pretende alcançar até 2027.
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