As impressões digitais são únicas em qualquer ser humano, tornando-o um dos principais meios de identificação pessoal. Quando se faz a renovação do cartão de cidadão ou do passaporte terá de registar as impressões digitais. E até há poucos anos, a biometria pouco era utilizado pelas pessoas. Agora os smartphones, tablets e computadores pessoais, entre outros equipamentos têm a possibilidade de configurar as impressões digitais, que servem de credenciais para desbloqueio imediato dos equipamentos.

É com o aumento desta utilização que começam a surgir casos de utilizadores que têm dificuldade em desbloquear os seus equipamentos. E a razão é simples: as suas impressões digitais podem ter sido apagadas, de forma temporária, ou não. A Wired publicou o testemunho de pessoas que descobriram o quão fácil foi perderem as suas impressões digitais, com consequências sérias.

Os utilizadores podem perder temporariamente o relevo da ponta dos seus dedos, que deixam as necessárias impressões digitais. Com a idade, o processo de perder as impressões é natural, devido à degeneração da pele com a idade, aponta um dermatologista da Universidade de Illinois que estuda estes casos. No entanto, surgem cada vez mais casos de pessoas de todas as idades a manifestarem este problema, devido à forma moderna de viver. Segundo Roger N. Haber, este fenómeno é conhecido como “microtrauma”, normalmente associado ao uso repetitivo de luvas e acessórios para os dedos.

Mas agora o microtrauma está associado a outras ações, tais como o gaming e a escrita excessiva nos smartphones, pela continuada repetição da pressão executa na mesma área dos dedos. Segundo o dermatologista, a principal causa está associada a irritações de dermatite, que são causadas por químicos presentes em plásticos e substancias que tocamos com frequência. Também os técnicos ligados à área da saúde, que lavam as mãos com frequência, usam sabonetes e químicos também manifestam o mesmo problema.

Ainda assim, mesmo que desapareçam, as impressões digitais acabam por regressar, por norma, ao fim de alguns meses. Mas se não for tratado, o problema pode-se arrastar a longo prazo.

A Wired aponta que há cada vez mais pessoas a partilhar histórias de situações em que não conseguem aceder ao smartphone durante checkpoints de segurança. E estes relatos surgem cada vez mais porque as palavras-passe ou chaves estão a ser trocadas por dados biométricos. E quanto surgem estes problemas, os equipamentos que recolhem estes dados são apontados como o problema e não os dedos das pessoas.

Os especialistas dizem que os problemas com as impressões digitais não vão desaparecer nos próximos tempos. E por isso, prevê-se uma tendência para utilizar múltiplos formatos biométricos para compensar, tais como a retina ou o reconhecimento facial.