Desde que chegou a Marte, o rover Curiosity da NASA detetou por seis vezes sinais de metano na cratera de Gale. Os dados analisados pelos cientistas têm sido inconclusivos quanto à localização da sua fonte. Estima-se que esses picos sejam consequência de uma emissão da superfície, sendo um dos sinais muito perto do local onde o rover circula.

Segundo o estudo partilhado na Research Square, os investigadores afirmam que todo o metano registado na atmosfera da Terra pode ser ligado a origens biológicas. Na mesma lógica, em Marte, a sugestão é que a descoberta de metano na atmosfera marciana poderia ter uma assinatura biológica num planeta onde não existe indícios de vida. No entanto, os mecanismos de produção de metano de Marte não-biológicos invocam a presença de atividade geológica passada ou presente no planeta, indicando a presença de água líquida, um dos ingredientes indispensáveis para a vida.

Nas últimas duas décadas, a presença significativa de metano na atmosfera marciana tem motivado o uso de observações de forma a mapear a sua distribuição pelo planeta, pois os registos são inconsistentes e com concentrações variáveis. O rover Curiosity foi enviado para a cratera de Gale, o local triangulado para as possíveis emissões,  para fazer medições utilizando o seu espectrómetro de laser (TSL) e desde maio de 2017, registou 20 medições diretas e cerca de 10 aprofundadas. As descobertas indicam que o local onde o Curiosity aterrou, por coincidência, estava perto de uma das possíveis fontes de emissões de metano.

Apesar de inconclusiva, é referido que a origem de metano em Marte tem grandes implicações para a geologia e astrobiologia. A identificação da origem do metano requer primeiro que se encontre os locais certos das emissões da superfície, informações que serão depois utilizadas em futuras missões, assim como a definição de prioridades quanto ao local de aterragem, para que sejam feitas sondagens diretas da fonte. Os resultados poderão também conduzir melhor os instrumentos orbitais de observação.

Uma das conclusões dos investigadores é que mesmo não sabendo se a criação do metano tem origem em pequenas formas de vida, o seu tempo detetável é de 330 anos, destruindo-se pela exposição à luz do Sol. Por isso, há a esperança de que a fonte desse metano ainda possa estar a produzir atualmente. A descoberta da fonte é a próxima missão dos cientistas.

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