Eram 10h30 de quinta-feira quando aconteceu a “primeira manobra de diversão”, planeada antecipadamente para evitar o risco de colisão do CryoSat com um pedaço de lixo espacial.
A movimentação do satélite responsável pela monitorização da espessura do gelo polar correu bem e tudo voltou ao normal, e de momento todos os instrumentos de análise estão novamente operacionais.
Só que os detritos que assolam o Espaço não parecem querer dar descanso à equipa da ESA e esta manhã foi a vez de manobra semelhante (e pelos mesmos motivos) ser feita relativamente ao Sentinel 5P.
A “desvio” foi programado num curto espaço de tempo, com o envio dos comandos da manobra durante anoite, e a espaçonave, que monitoriza a poluição do ar em Terra, terá disparado os seus propulsores cerca de 50 minutos antes da colisão de alto risco, prevista para as 05h17 de hoje.
O problema do lixo espacial na órbita terrestre é reconhecido pela Agência Espacial Europeia como uma ameaça crescente para satélites e para outros veículo espaciais, em caso de colisão. Em 2019, os satélites operados pela agência tiveram que ser manobrados 21 vezes para se desviarem de detritos. Mesmo que nunca mais houvesse nenhum lançamento espacial, o lixo espacial continuaria a crescer devido a colisões que criariam ainda mais detritos.
Recorde-se que a Agência tem em curso projetos de remoção de lixo espacial da órbita da Terra e que recentemente anunciou ter celebrado contratos nesse sentido, com várias empresas, incluindo duas portuguesas.
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