O Telescópio Espacial James Webb fez história ao "pesar" uma galáxia dos primórdios do Universo. Firefly Sparkle, como foi batizada, existiu cerca de 600 milhões de anos após o Big Bang, revelou-se uma preciosidade cósmica, brilhando com 10 aglomerados estelares em pleno processo de formação.
Os investigadores ficaram surpreendidos ao descobrir que a massa da Firefly Sparkle é semelhante à que a Via Láctea possuía numa fase inicial. “Não esperava que fosse possível resolver uma galáxia tão antiga em componentes tão distintos”, afirmou Lamiya Mowla, coautora do estudo. “É fascinante observar tantas fases diferentes de formação estelar numa galáxia tão pequena”.
O James Webb conseguiu captar a Firefly Sparkle em detalhes inéditos graças a uma "lente" cósmica natural: um enorme aglomerado galáctico em primeiro plano que ampliou a imagem da distante galáxia. “Sem esta lente gravitacional, não conseguiríamos ver a galáxia com tanta nitidez,” explicou Kartheik Iyer, coautor e investigador na Columbia University.
Veja as imagens da Firefly Sparkle assim como outras que já fazem parte do álbum de descobertas do James Webb na galeria.
O estudo reconstruiu a forma original da galáxia, revelando que se assemelha a uma gota alongada, com dois aglomerados estelares no topo e oito na base. A galáxia ainda está "em construção", com estrelas a formarem-se em diferentes clumps rodeados por luz difusa de outras estrelas. Clumps são aglomerados densos de matéria, geralmente compostos de gás, poeira e estrelas, que se formam dentro de galáxias ou nuvens moleculares
Embora seja "leve" e desorganizada, a Firefly Sparkle não está sozinha no cosmos. Duas galáxias vizinhas orbitam-na, a 6.500 e 42.000 anos-luz de distância, respetivamente. Estas interações podem moldar o crescimento da Firefly Sparkle, promovendo a formação de novas estrelas.
Estas interações confirmam previsões de que galáxias no início do Universo crescem através de fusões sucessivas, considera Yoshihisa Asada, da Kyoto University. “Podemos estar a assistir a este processo em tempo real”.
O estudo, publicado na Nature, é apenas o começo. “O Webb é como um microscópio cósmico. Mal começámos a explorar e já percebemos que há muito mais a aprender sobre a formação das primeiras galáxias”, diz Maruša Bradač, da Universidade de Liubliana.
O estudo baseou-se em dados da missão CANUCS, integrando imagens de infravermelho e espectros obtidos pelos instrumentos NIRCam e NIRSpec do James Webb, complementando observações anteriores do Telescópio Hubble.
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