Desde o seu início em 2013, a parceria entre a Bosch e a Universidade do Minho (UMinho) deu origem ao registo de mais de 70 patentes, no qual foram investidos um total mais de 165 milhões de euros: estes são alguns dos resultados apresentados pelas entidades parceiras no evento “Next – Driving Tomorrow”, realizado no Altice Forum Braga, que o SAPO TEK acompanhou.

Os dados divulgados relativamente ao projeto dão a conhecer que, depois de uma primeira fase com um investimento superior a 19 milhões de euros, e de uma segunda em que o valor superior os 55 milhões de euros, a terceira fase ultrapassou a marca dos 90 milhões de euros.

Ao longo do tempo, as equipas da Bosch e da UMinho têm vindo a desenvolver tecnologias na área da condução autónoma, focando-se em sistemas essenciais para que os automóveis sejam capazs de detetar o ambiente em seu redor e de tomar decisões com base em inteligência artificial e sensores.

O trabalho de mais de 750 profissionais da Bosch e da UMinho resulta assim no desenvolvimento de soluções que dão resposta às necessidades do futuro da mobilidade: entre sensores LiDAR e de condição de piso para a capacidade de perceção a 360º; sensor Automotive Precise Positioning para a capacidade de localização; sensores para a monitorização de condutor e passageiros no interior do veículo autónomo; e sistemas de comunicações entre veículos e infraestruturas.

“Os resultados que hoje aqui apresentamos reforçam o valor estratégico que esta parceria teve, tem e queremos que continue a ter no futuro, não apenas ao nível da inovação, mas também da criação de emprego científico e qualificado. Desta parceria e das sinergias criadas entre a Bosch e a Universidade do Minho resultam soluções tecnológicas inovadoras que estão a redefinir a mobilidade e os veículos do futuro”, afirma Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e administrador técnico da Bosch em Braga.

O responsável destaca as oportunidades de inovação em parceria com Portugal, em particular com a comunidade académica. “Trazer a academia para dentro da organização e para nós, além de um desafio, uma missão”, enfatiza.

“Universidade e a empresa devem caminhar juntas para enfrentar os desafios e orientar a capacidade inovadora e criativa do capital humano para uma economia baseada em valores, ética e conhecimento”, afirma Carlos Ribas. O responsável desta que além da produção de conhecimento, e tradução do mesmo no tecido empresarial, outro dos focos da parceria é também o talento.

Da condução autónoma à mobilidade sustentável, o futuro dos carros também se desenha em Portugal
Da condução autónoma à mobilidade sustentável, o futuro dos carros também se desenha em Portugal
Ver artigo

A parceria entre entidades está a dar frutos e, segundo Carlos Ribas, está a traduzir-se na criação de empresas satélite. O responsável destaca ainda a tecnologia Optical Bonding, desenvolvida no âmbito da primeira fase da parceria, indicando que mais de 30% da faturação da fábrica de Braga envolve produtos que a incluem.

Entre os "frutos" que a parceria deu resultado encontram-se, por exemplo, o programa Easy Ride, que contempla o desenvolvimento de sensores inteligentes para responder às capacidades exigidas ao automóvel para a comunicação com outros veículos, pessoas e infraestruturas.

Já o programa Sensible Car ambiciona dar resposta ao desafio de alcançar os níveis máximos de condução autónoma, com os engenheiros da Bosch e os investigadores da UMinho a desenvolverem sensores inteligentes que permitem a perceção integral do ambiente que rodeia o veículo, além de uma localização precisa e atualizada em tempo real.

O evento  “Next – Driving Tomorrow”, contou com ainda com a presença do do Primeiro Ministro, António Costa; do Ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira; Rui Vieira de Castro, Reitor da UMinho, e de Sven Ost, membro do conselho de administração da Bosch.

Para lá da apresentação dos resultados da parceria e da apresentação de inovações tecnológicas, o evento foi também o palco para a partilha de ideias sobre o tema da inovação em Portugal, prevendo como será o panorama em 2030, numa mesa redonda que contou com a participação de Carlos Ribas; Rui Vieira de Castro; Luis Castro Henriques, presidente da AICEP; António Cunha, presidente da CCDR-N; e Fernando Alexandre, professor e investigador UMinho.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação (Última atualização: 14h54)