Astrofísicos identificaram o buraco negro mais antigo descoberto até agora, que se formou quando o Universo tinha 430 milhões anos, descreve um artigo publicado na revista científica Nature esta quarta-feira.
Invisível como todos os buracos negros, o da galáxia GN-z11 (que é cem vezes mais pequena que a Via Láctea) absorve a matéria circundante emitindo uma quantidade enorme de luz na sua periferia.
Foi esta luz que permitiu aos astrofísicos detetarem em 2016 a galáxia que abriga no seu centro o buraco negro, datado de 430 milhões de anos depois do Big Bang, teoria que descreve o começo do Universo (cuja idade estimada é 13,8 mil milhões de anos).
A época em que o buraco negro se formou corresponde ao "amanhecer" cósmico, quando, após um período de trevas, nasceram as primeiras estrelas e galáxias.
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As características deste buraco negro "sugerem um crescimento mais rápido e mais precoce do que o de outros buracos negros conhecidos em tempos muito antigos", refere um dos coautores do artigo, Stéphane Charlot, do Instituto de Astrofísica de Paris.
"Mecanismos de formação de buracos negros no Universo jovem poderão ser diferentes dos que conhecemos no Universo mais próximo", acrescentou.
Deverão ser consideradas "outras formas" para explicar a formação do buraco negro da galáxia GN-z11, uma vez que o Universo então era "demasiado jovem" para acolher um corpo tão massivo, sugere por sua vez o astrofísico Roberto Maiolino, da Universidade britânica de Cambridge, que também assina a descoberta.
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